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Partidos julgam que Congresso vetará investigação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
São pequenas as chances de instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) para
investigar cobrança de propina
no processo de privatização envolvendo o empresário Ricardo
Sérgio. O PFL não mostra disposição, neste momento, de apoiar a
criação da CPI sugerida pelo PT.
O líder do PT na Câmara, João
Paulo Cunha (SP), admitiu ontem
que pode não haver vontade política dos congressistas em abrir investigação. "Não vamos insistir
numa coisa inviável. Se não houver clima, não vamos nem apresentar o pedido [de CPI". A sociedade é quem vai julgar", afirmou.
"Eu sou cético. Não sei se o Congresso terá disposição para investigar. Além disso, essa é uma investigação longa, que certamente
coincidiria com a campanha",
afirmou o senador José Eduardo
Dutra (PT-SE).
João Paulo disse que a partir de
hoje começará a negociar a criação da CPI com líderes da oposição e depois vai atrás do PFL, do
PPB e de setores do PMDB.
A abertura de CPI será discutida
em reunião do colégio de vice-líderes do PFL na Câmara, amanhã, e na Executiva Nacional do
partido, na quinta-feira.
Investigações
O secretário-geral do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA), e
o primeiro-vice líder na Câmara,
Pauderney Avelino (AM), afirmaram que o partido tem de agir
com "cautela". "A CPI não é a primeira opção", disse Pauderney.
Ele sugeriu que os envolvidos sejam primeiro ouvidos na Comissão de Fiscalização Financeira da
Câmara ou do Senado.
O deputado Rodrigo Maia
(PFL-RJ) também defende uma
apuração preliminar nas comissões de Fiscalização. "Pensar em
CPI só depois de ouvir o Benjamin Steinbruch."
Consequências
Para os pefelistas, em um ano
eleitoral, a CPI beneficiaria apenas a oposição. "A CPI é uma
grande arma eleitoral e favorece a
oposição", disse Aleluia. "Não é
momento de pensarmos em
CPI", completou o deputado
Eduardo Paes (PFL-RJ).
Para Maia, a oposição sempre se
beneficia quando são tratados assuntos referentes a ética. "Não
acredito que com o Lula [petista
Luiz Inácio Lula da Silva" se consolidando na frente, os partidos
da base governistas vão permitir
uma CPI", argumentou.
Apesar da resistência dos congressistas, o ex-senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) insiste na CPI: "O meu partido pode
não apoiar, mas eu apóio".
Nem mesmo na oposição a CPI
é consensual. O líder do PPS na
Câmara, João Hermann Neto
(SP), disse que a apuração da denúncia deve continuar no Ministério Público. A intenção da oposição é pedir uma CPI mista (integrada por deputados e senadores), cuja instalação é imediata.
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