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Sarney critica a decisão, mas seu
grupo vota contra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), atacou
duramente a rejeição da MP
dos bingos pelos senadores,
mas seu grupo político contribuiu para a derrota. Sua filha,
Roseana Sarney (PFL-MA), se
absteve, e peemedebistas ligados a ele votaram contra.
"Foi lamentável. Essa decisão
não poderia ter ocorrido. O
problema do jogo no Brasil
precisa ser enfrentado, porque
está vinculado ao problema da
violência, da lavagem de dinheiro. A questão foi passionalizada, politizada. Foi um erro."
A abstenção de Roseana surpreendeu. Embora seja do PFL,
ela costuma votar com o governo e atua na articulação dos interesses do Planalto no Senado.
Dos seis peemedebistas que
votaram contra, quatro são ligados politicamente a Sarney:
João Alberto Souza (MA), Gilberto Mestrinho (AM), Papaléo Paes (AP) e Leomar Quintanilha (TO). Os outros foram
Mão Santa (PI), que já votava
contra o governo, e Sérgio Cabral (RJ), que se absteve, mas
retificou votando contra. Além
de Roseana, Edison Lobão
(PFL-MA), que segue a orientação de Sarney e costuma ajudar o governo, votou contra.
O mandato de Sarney na presidência do Senado termina em
fevereiro de 2005. O Congresso
discute uma proposta que permitiria sua reeleição, assim como a do presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP).
A recondução de Sarney, porém, tem a resistência do líder
do PMDB no Senado, Renan
Calheiros (AL), que pleiteia a
presidência e cobra do governo
o cumprimento de acordo de
2003, pelo qual abriu mão do
cargo com o compromisso de
ser o próximo ocupante.
Embora João Paulo tenha declarado que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva apóia as
reeleições, não houve uma manifestação clara do Planalto.
Renan, ao avaliar a derrota de
ontem, sugeriu que os peemedebistas que votaram contra a
MP eram do grupo de Sarney.
Parlamentares da base aliada
e da oposição na Câmara disseram que a derrota mostra a fragilidade das lideranças governistas no Senado e a divisão no
PMDB. "Há alguns fatores, como a irresponsabilidade de setores da base e sua conseqüente
desarticulação", afirmou Beto
Albuquerque (PSB-RS), um
dos vice-líderes do governo na
Câmara.
(RAQUEL ULHÔA)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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