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Governo ameaça com
suspensão de reajuste
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deu ontem um ultimato aos sindicatos que representam os servidores para que digam,
até o dia 21, se aceitam a proposta
de reajustes diferenciados feita
em abril. A categoria que recusá-la terá o aumento suspenso.
A estratégia do governo é enfraquecer a greve geral, marcada para 10 de maio. Segundo o ministro
Guido Mantega (Planejamento),
serão enviadas cartas aos servidores informando sobre as propostas e as conseqüências da rejeição.
Ele também disse que os acordos
podem ser feitos separadamente.
Afirmou ainda que as categorias
em greve já estão tendo o ponto
cortado. Do total de 1,1 milhão de
servidores do Executivo, 900 mil
deveriam parar em 10 de maio. "O
governo pode cortar o ponto no
dia em que o servidor não for ao
trabalho. Está na legislação."
Diante da ameaça, o vice-presidente da Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior), José Domingues Godoi Filho, disse que os sindicalistas vão entrar em contato
com "as bases". "Mas isso não deverá ocorrer até o dia 10", disse.
Os sindicatos dos servidores foram chamados ontem para uma
reunião e receberam o aviso da
suspensão dos reajustes. Os representantes saíram do ministério irritados porque, segundo eles,
foram mobilizados sem motivo.
Domingues também afirmou
que os servidores estão abertos a
uma negociação que não eleve o
total de R$ 2 bilhões reservados
aos reajustes. O mais importante,
segundo ele, é procurar a paridade do aumento entre ativos e aposentados. Para isso, o governo deveria começar a incorporar as
gratificações atuais aos salários.
Mantega disse ser a favor de as
gratificações continuarem. Em
outro momento, porém, afirmou
que o governo pretende incorporá-las aos salários "no futuro". Os
sindicalistas querem reajuste de
50,19%. O governo ofereceu percentuais de 9,5% a 32,27%.
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