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ELEIÇÕES 2004
Ex-ministro da Saúde poderia concorrer em São Paulo se ex-prefeito desistisse; PP estuda aliança com PSDB
Serra aguarda Maluf, que aguarda Serra
FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO
Os dois principais possíveis adversários de Marta Suplicy (PT)
na disputa pela prefeitura paulistana ainda não se decidiram, em
parte, porque dependem um do
outro. José Serra (PSDB) aguarda
a decisão de Paulo Maluf (PP) de
concorrer. Maluf, do seu lado,
também depende da entrada ou
não do tucano para obter apoio
da direção nacional do seu PP.
No PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito que Serra ficaria mais atraído a
concorrer se Maluf ficasse de fora.
"O quadro ainda não se definiu
e o partido vai tomar a decisão
com muita calma", diz do outro
lado o presidente nacional do PP,
deputado federal Pedro Corrêa
(PE). O PP acalenta a possibilidade de se associar aos tucanos mais
adiante nas disputas contra o PT
-ainda que no segundo turno.
Com Maluf, isso hoje é inviável.
O prazo final para que os partidos escolham seus candidatos é
30 de junho. O PP deixou a sua
convenção para o dia 20 de junho.
O PSDB tem uma pré-reunião já
no dia 16 próximo -e isso pode
precipitar a decisão de Serra.
Em pesquisa do Datafolha, de
25 de março, Maluf teve 24% das
preferências, o tucano ficou com
22% e Marta registrou 17%. Maluf
e Serra acreditam que um pode
impedir o sucesso do outro na
disputa pelo voto antipetista.
No caso de Serra, seus aliados
dizem haver dois tipos de derrota.
Uma, até aceitável, na qual perderia no segundo turno na disputa
voto a voto com Marta. Outra,
pior, com ele fora do turno final.
Já Maluf deseja ser candidato de
qualquer jeito. Se pudesse, anunciaria já a candidatura. Ocorre
que enfrenta resistências na direção nacional do PP, que prefere
esperar um quadro mais definido
-a entrada ou não de Serra-
para escolher seu candidato.
É verdade que Maluf domina o
diretório paulista do PP, mas hoje
a direção nacional tem muito
mais poder do que no passado.
Sem consenso, o partido racha.
Do ponto de vista regimental, pode haver uma intervenção em SP.
Embora um dependa em parte
do outro para entrar na disputa,
Serra está mais à vontade do que
Maluf. A decisão está em suas
mãos. Se se declarar candidato resolve a disputa interna no PSDB,
eliminando do páreo vários pretendentes sem expressão nas pesquisas. Ocorre que Serra tem dito
a interlocutores não ter interesse
na prefeitura, -cargo que já tentou duas vezes, em 88 e 96, sem
sucesso. Seu desejo é voltar a concorrer a presidente ou, ao menos,
a governador em 2006. Além disso, há o risco de ficar em terceiro.
Maluf está em situação mais
complicada. Nesta semana, aproveitou a presença de vários deputados federais do PP em São Paulo
-o partido promoveu um seminário econômico na cidade do
qual participou o ministro José
Dirceu (Casa Civil)- para promover um jantar em sua casa, anteontem. Queria sair ungido como candidato. Não deu certo.
No jantar, Corrêa anunciou que
o partido tinha dois pré-candidatos -além de Maluf, o deputado
federal Celso Russomano. Houve
um constrangimento. Os dois discursaram e nada ficou decidido.
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