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Empresa de
filho de Lula
cresce na TV
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Gamecorp, empresa da
qual é sócio e diretor de tecnologia Fábio Luís Lula da
Silva, filho do presidente Lula, inaugurou ontem uma nova grade de programação em
horário nobre da TV.
A empresa, que passou a se
chamar Game TV, tinha um
capital de R$ 10 mil e recebeu no ano passado R$ 5 milhões da Telemar -empresa
que tem dinheiro público na
composição de seu capital.
Metade do dinheiro foi
destinada à compra de 35%
das ações, algo inédito para a
Telemar no ramo de conteúdo para celulares, segundo a
própria companhia. Outros
R$ 2,5 milhões foram pagos
pela exclusividade sobre o
que é produzido pela Gamecorp. Numa parceria com o
ex-Canal 21, que passou a
chamar PlayTV, a Gamecorp
coordena a programação das
18h à 0h. E tem planos para
mais: em um ano, a grade deve passar para 12 horas e, no
ano seguinte, para 24 horas.
A empresa é uma das líderes do mercado de conteúdo
de jogos para celular. Os empresários não informam o faturamento -que foi estimado em 2005 em R$ 7 milhões.
Outro fato a ser comemorado pelo empresário foi a
decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB), de engavetar o pedido da "CPI do Lula" que,
entre outros assuntos, buscava apurar as circunstâncias do aporte de capital da
Telemar à Gamecorp.
O peemedebista alegou
não ter "fato determinado"
para desprezar o pedido de
35 senadores, oito a mais do
que o necessário. No relatório da CPI dos Correios, Fábio Luís também saiu ileso.
No documento formulado
pelo peemedebista Osmar
Serraglio, o caso Telemar/
Gamecorp "cabe ao Ministério Público angariar novas
informações e esclarecer".
O assessor da Gamecorp,
Cláudio Vás, disse que nenhum representante da empresa falaria com a Folha
porque já houve "exploração
política" demais do assunto.
A Telemar afirma que o investimento na Gamecorp é
"estratégia de negócios".
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