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Paraná vai entrar
com ação no STF
ROBERTO COSSO
da Reportagem Local
O governador do Paraná, Jaime
Lerner (PFL), anunciou que vai
ingressar hoje no STF (Supremo
Tribunal Federal) com ação direta
de inconstitucionalidade contra a
lei que limita em 20% a compra de
produtos fora de São Paulo por
empresas que usam o Simples.
O governador de Santa Catarina, Esperidião Amin (PPB), disse
ontem à Folha que desistiu temporariamente de ingressar com a
ação e mandou uma cópia da petição inicial para o governador de
São Paulo, Mário Covas (PSDB).
"Não é uma medida contra São
Paulo, mas em favor das empresas paranaenses", diz Lerner.
A ação é assinada pelo procurador-geral do Estado, Joel Coimbra. Para ele, a lei paulista é inconstitucional porque impõe barreiras comerciais aos outros Estados da federação.
A ação argumenta que as empresas "se vêem tolhidas em sua
liberdade de iniciativa na gestão
de seus negócios, em suas relações contratuais, fato que vem
trazendo demasiados prejuízos
ao comércio e indústria paranaenses, sobretudo nos ramos
moveleiro (de móveis), calçadista
e de confecções, cujos produtos
eram vendidos em maior parte
(entre 40% e 80%) para participantes do Simples de São Paulo".
Apenas as indústrias de móveis
da região de Arapongas (norte do
Estado) faturam R$ 180 milhões
por ano em vendas para São Paulo. O governo paranaense estima
que a restrição imposta pela lei
paulista faria as vendas caírem
para R$ 40 milhões ao ano.
Santa Catarina
"Acho que é melhor conversar
do que levar mais uma ação entre
Estados ao Judiciário", afirmou o
governador Amin ao justificar
sua desistência. A ação direta de
inconstitucionalidade do Estado
estava pronta desde quarta-feira.
Amin conta que telefonou para
Covas no início da noite de ontem
e que mandou uma cópia da ação
por fax. "O governador de São
Paulo não assumiu nenhum compromisso. Ele vai ler a ação e me
dar uma resposta."
O governador catarinense não
descarta, contudo, a possibilidade
de entrar na Justiça depois de ouvir a resposta de São Paulo.
"Espero que ele (Covas) entenda os argumentos dos Estados
que estão sendo prejudicados por
essa medida e avalie a situação de
todos", diz Amin.
Os governos do Rio Grande do
Sul e do Mato Grosso do Sul também desaprovaram as restrições e
estudam entrar na Justiça. A decisão do governador sul-mato-grossense, Zeca do PT, sai na próxima segunda-feira.
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