|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GUERRA FISCAL
Governador afirma estar insatisfeito com seu governo por estar "aquém da expectativa popular"
Covas diz que pode rever lei do Simples
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
O governador
Mário Covas
(PSDB) afirmou
ontem que aceita
rever a lei que instituiu o Simples paulista, caso fique comprovado que
o Estado cometeu "exageros" ou
que a legislação não é conveniente. "Se tiver de reexaminar, a gente reexamina."
Pelas regras estabelecidas na lei,
as empresas só terão os benefícios
do Simples se comprarem 80% de
seus produtos em São Paulo. Os
contribuintes que optam pelo sistema podem realizar a declaração
simplificada de impostos e ter redução de 18% para 1% ou 2,5% na
alíquota do ICMS.
Covas disse que ficou "um pouco surpreso" com a reação de outros governadores à medida adotada por São Paulo. Em sua opinião, a mudança não terá o impacto apontado por seus críticos.
"Isso não tem nada a ver com
guerra fiscal", sustentou.
A mudança também está sendo
atacada por empresários paulistas
-os supostos beneficiários do
Simples. O governador observou
que nenhuma empresa é obrigada
a aderir ao Simples. Mas, nesse caso, pagará o ICMS integral.
O vice-governador Geraldo
Alckmin afirmou que a Secretaria
da Fazenda está estudando algumas mudanças na aplicação da
lei. Uma das possibilidades seria
tornar a lei mais flexível no caso
de produtos que têm necessariamente de ser adquiridos fora de
São Paulo.
O presidente interino da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), deputado federal Carlos
Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP), disse ontem que a entidade
estuda recorrer à Justiça contra a
legislação paulista.
"Até o final da semana que vem
teremos um parecer do departamento jurídico para saber que
medida judicial poderá ser apresentada, mas dependemos, é claro, da reunião da diretoria da CNI
que acontece no fim do mês."
Insatisfação
Covas afirmou que está insatisfeito com seu governo em São
Paulo por ele estar "aquém da expectativa popular".
O governador atribuiu a situação a alguns "gargalos" de sua administração, entre os quais citou a
segurança pública e as filas nos
postos de saúde.
As estatísticas indicam que cresceu a prática de todos os tipos de
crime no Estado de São Paulo no
primeiro semestre, em relação ao
mesmo período do ano passado.
Covas afirmou que não pode
culpar o seu secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, por essa situação.
"Nós estamos fazendo o possível, mas acho que ainda estamos
aquém do que poderíamos ou deveríamos fazer", afirmou.
Segundo o governador, o problema das filas será combatido
com a implantação de sistema telefônico para marcação de consultas a partir do dia 27.
Em relação à Segurança Pública,
ele espera ver adotado nas próximas semanas o modelo que permitirá a fixação de metas de redução da criminalidade por regiões
do Estado.
Covas afirmou que concorda
com a cobrança do ICMS no consumo e não na produção, prevista
na proposta de reforma tributária
em discussão no Congresso. O
texto também prevê a substituição do ICMS pelo IVA (Imposto
sobre Valor Agregado).
"O objetivo da reforma é bom.
O mundo inteiro tributa o consumo e não a produção." Mas acrescentou que o Estado não pode
aceitar a mudança sem receber alguma forma de compensação.
Colaborou a Sucursal do Rio
Texto Anterior: Paraná vai entrar com ação no STF Próximo Texto: Celso Pinto: As contas fiscais de 2000 Índice
|