São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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CRISE CAPIXABA

Justiça ouve Ignácio sobre licitação suspeita

DA AGÊNCIA FOLHA

A Justiça Federal do Espírito Santo vai ouvir o governador José Ignácio Ferreira (PTN), por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), sobre o Prodesan (Programa de Despoluição dos Ecossistemas Litorâneos).
O programa, que recebeu financiamento de US$ 154 milhões do Banco Mundial, está sendo investigado por suspeitas de irregularidades no processo de licitação do programa.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pediu a instauração de inquérito penal alegando supostos indícios de malversação de dinheiro público, enriquecimento ilícito, liberação irregular de verbas públicas, condescendência criminosa e uso do cargo para beneficiar interesse privado.
O Superior Tribunal de Justiça também pediu, na semana passada, concessão da Assembléia para processar Ignácio por supostos crimes eleitorais e contra o sistema financeiro.

"Doações"
Neste caso, Ignácio é acusado de ter montado uma operação fraudulenta para, após tomar um empréstimo no valor de R$ 2,6 milhões junto ao Banestes (banco do Estado), sem ter oferecido as garantias normalmente exigidas em operações similares, transferir o dinheiro a três doadores da sua campanha, que por sua vez depositaram o valor em outra conta dele como "doação".
O advogado do governador, Nabor Bulhões, afirmou que o Banco Mundial auditou os contratos e as obras do Prodesan e que não teria encontrado irregularidades.
"Esse inquérito só se justifica pelo substrato político que está permeando o assunto", afirmou Bulhões.
Sobre o empréstimo tomado junto ao Banestes, disse, em entrevista concedida anteriormente, que as acusações feitas contra Ignácio "não passam de especulação" e foram motivadas por uma operação bancária que pode ser tida como "complexa", mas não criminosa.
(FERNANDA KRAKOVICS)



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