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Acordo dificulta bloco de oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acordo fechado ontem entre
o PT e o PMDB para as eleições
das presidências da Câmara e do
Senado, em fevereiro de 2003,
praticamente sepultou uma articulação do PSDB para a criação
de um bloco de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) no Congresso Nacional.
O bloco reuniria PSDB, PMDB,
PFL e PPB, quatro dos partidos
que integram a base de sustentação política do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Além de fazer oposição a Lula, os tucanos pensavam
também em reivindicar a presidência da Câmara dos Deputados.
Por uma regra não-escrita, as
presidências da Câmara e do Senado cabem sempre ao partido
com a bancada majoritária. A
partir do próximo ano, a maior
bancada será a do PT na Câmara,
com 91 deputados. O PMDB será
majoritário no Senado, com 19 integrantes, podendo chegar a 22
com adesões esperadas pela direção da sigla.
A criação do bloco foi discutida
anteontem pelos presidentes nacionais do PSDB, José Aníbal
(SP), e do PMDB, Michel Temer
(SP). Os dois articularam a criação da "Grande Aliança", coligação que sustentou a candidatura
do tucano José Serra à Presidência, derrotado no segundo turno
das eleições presidenciais.
Ontem, a articulação do bloco
de oposição ao governo do PT
voltou a ser tratado durante reunião da Executiva Nacional do
PSDB, realizada em Brasília.
"São conversas preliminares",
disse Aníbal após a reunião. "Não
há uma decisão tomada."
Surpresa
Pouco antes da reunião dos tucanos, José Aníbal foi surpreendido com a notícia do acordo entre
o PMDB e o PT, o que, de saída,
inviabilizaria a idéia de o novo
bloco reivindicar a presidência da
Câmara dos Deputados.
Imediatamente, Aníbal telefonou para Michel Temer.
Questionado, o peemedebista
teria dito que o entendimento
com o PT restringia-se às eleições
para as Mesas do Congresso Nacional, com o PT assumindo o
compromisso de apoiar a decisão
que vier a ser tomada pela bancada do PMDB no Senado.
A cúpula do PMDB queria esse
compromisso do PT para tentar
tirar da disputa o senador José
Sarney (AP), que é candidato a
voltar ao cargo. Na bancada, um
colégio reduzido de 19 senadores,
Sarney teria menos chance de ser
indicado, situação inversa à do
plenário, onde tem votos em todos os partidos.
Após reunião da Executiva Nacional do PMDB, Michel Temer
negou que a criação de um eventual bloco com o PSDB esteja descartada. "Nós estamos dialogando. Vamos dialogar com todos os
partidos, como dialogamos hoje
com o PT", disse.
O PPB e o PFL pretendem entrar na composição das chapas
que vão disputar as mesas diretoras da Câmara e do Senado. Por
isso, eles devem também apoiar o
entendimento havido entre PT e
PMDB.
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