São Paulo, quinta, 6 de novembro de 1997.




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Prisão não influi volta de dinheiro, diz técnico

da Sucursal de Brasília

O procurador do INSS Zander Martins de Azevedo, coordenador de um grupo de 20 técnicos que tentam recuperar US$ 600 milhões desviados da Previdência, disse que a prisão e possível extradição de Jorgina Maria de Freitas não facilitará a recuperação do dinheiro.
"Acho que isso não vai influir em nada no processo de busca do dinheiro. Nenhum dos outros envolvidos que estão presos facilitaram o nosso trabalho. Não acredito que a Jorgina vá facilitar", afirmou o procurador.
Jorgina foi condenada pela Justiça brasileira por ter fraudado o INSS em pelo menos US$ 114 milhões. Depois de ficar cinco anos foragida, ela foi detida na segunda-feira pela polícia da Costa Rica.
Segundo o procurador, menos de 5% do total do dinheiro desviado por fraudadores voltou de forma definitiva aos cofres públicos.
"Efetivamente, retornaram aos cofres públicos US$ 25 milhões que estavam depositados em bancos no Brasil", disse ele.
O procurador afirmou que outros US$ 10 milhões serão recuperados de forma definitiva em breve. Azevedo disse que é difícil estimar o total dos valores bloqueados pela Justiça porque bens comprados por fraudadores ainda não foram avaliados.
Apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro, mansões em cidades serranas do Estado, fazendas, ouro, telefones e carros deverão ser leiloados.
Apesar das dificuldades para reaver o dinheiro, o procurador disse que foi pessimista há quatro anos, quando previu que no máximo 20% do total desviado pelos fraudadores seria recuperado.
Em sua opinião, o processo de recuperação do dinheiro ainda vai demorar cerca de dois anos. Ao final, entre 40% e 50% do total desviado terá sido recuperado.
Azevedo disse que até agora nenhum país se negou a colaborar com o Brasil na recuperação do dinheiro depositado no exterior.
"Esperávamos ter dificuldades com a Suíça, mas ela foi um dos primeiros países a colaborar", afirmou Azevedo, que está em Brasília participando de um seminário sobre crime organizado.
Ele disse não acreditar que declarações de Jorgina possam comprometer funcionários do INSS, como a advogada tem afirmado.



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