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Prisão não influi volta de dinheiro, diz técnico
da Sucursal de Brasília
O procurador do INSS Zander
Martins de Azevedo, coordenador
de um grupo de 20 técnicos que
tentam recuperar US$ 600 milhões
desviados da Previdência, disse
que a prisão e possível extradição
de Jorgina Maria de Freitas não facilitará a recuperação do dinheiro.
"Acho que isso não vai influir
em nada no processo de busca do
dinheiro. Nenhum dos outros envolvidos que estão presos facilitaram o nosso trabalho. Não acredito que a Jorgina vá facilitar", afirmou o procurador.
Jorgina foi condenada pela Justiça brasileira por ter fraudado o
INSS em pelo menos US$ 114 milhões. Depois de ficar cinco anos
foragida, ela foi detida na segunda-feira pela polícia da Costa Rica.
Segundo o procurador, menos
de 5% do total do dinheiro desviado por fraudadores voltou de forma definitiva aos cofres públicos.
"Efetivamente, retornaram aos
cofres públicos US$ 25 milhões
que estavam depositados em bancos no Brasil", disse ele.
O procurador afirmou que outros US$ 10 milhões serão recuperados de forma definitiva em breve. Azevedo disse que é difícil estimar o total dos valores bloqueados
pela Justiça porque bens comprados por fraudadores ainda não foram avaliados.
Apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro, mansões
em cidades serranas do Estado, fazendas, ouro, telefones e carros
deverão ser leiloados.
Apesar das dificuldades para reaver o dinheiro, o procurador disse
que foi pessimista há quatro anos,
quando previu que no máximo
20% do total desviado pelos fraudadores seria recuperado.
Em sua opinião, o processo de
recuperação do dinheiro ainda vai
demorar cerca de dois anos. Ao final, entre 40% e 50% do total desviado terá sido recuperado.
Azevedo disse que até agora nenhum país se negou a colaborar
com o Brasil na recuperação do dinheiro depositado no exterior.
"Esperávamos ter dificuldades
com a Suíça, mas ela foi um dos
primeiros países a colaborar",
afirmou Azevedo, que está em
Brasília participando de um seminário sobre crime organizado.
Ele disse não acreditar que declarações de Jorgina possam comprometer funcionários do INSS, como
a advogada tem afirmado.
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