São Paulo, quinta, 6 de novembro de 1997.




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Embaixador apoiou estratégia terceiro-mundista dos anos 70
Ítalo Zappa é enterrado em Barra do Piraí, onde nasceu

free-lance para a Folha

Cerca de 60 pessoas compareceram ontem de manhã ao enterro do embaixador Ítalo Zappa, no cemitério Santa Rosa, em Barra do Piraí (RJ), sua cidade natal. Zappa morreu na terça, aos 71 anos devido a complicações geradas por um câncer generalizado.
Dentre as coroas de flores enviadas para o velório, realizado na capela do cemitério, estava a enviada pelo governo de Cuba. Zappa foi nomeado em 1986 o primeiro embaixador brasileiro em Havana após a Revolução Cubana, ocorrida em 1959.
O diplomata também ocupou as embaixadas brasileiras em Moçambique, China e Vietnã.
Além de familiares e amigos mais próximos, esteve no enterro o conselheiro do Itamaraty Reginaldo Brito, representando o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.
A Prefeitura de Barra do Piraí, município no qual Ítalo Zappa passou a infância e a juventude, decretou luto oficial de três dias na cidade.
Zappa foi um dos principais nomes da política externa que valorizou as relações com outros países do Terceiro Mundo, durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979). Além disso, foi o principal articulador da política de reconhecimento da independência dos países africanos de língua portuguesa por parte do Brasil, na década de 70.
Zappa iniciou sua carreira diplomática em 52. De 58 a 61, fez parte da delegação brasileira na OEA (Organização dos Estados Americanos). Crítico do alinhamento do Brasil à política externa norte-americana, acreditava que a globalização serve apenas para os EUA ampliarem sua zona de influência.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.