São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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Brasil é o vice-líder em insegurança

da Sucursal de Brasília

Além de serem considerados de "alto risco" para o tráfico de drogas, os portos brasileiros também estão entre os campeões de assaltos a mão armada e casos de pirataria. Os casos são reportados à International Maritime Organization, órgão ligado às Nações Unidas encarregado de monitorar o transporte marítimo no mundo.
Em 96 e 97, o Brasil ocupou a vice-liderança no ranking de países com portos mais inseguros, perdendo apenas para a Indonésia.
Os piratas brasileiros se dividem em três categorias:
1) barrigudos - ladrões que não usam armas e furtam objetos da tripulação como walkman, jóias, dinheiro ou máquina fotográfica. Alguns são trabalhadores do próprio porto e escondem a mercadoria embaixo da roupa, daí o apelido;
2) turma do cofre - bandos de cinco ou seis que andam armados. Entram no navio à noite, rendem os vigias e vão direto à cabine do comandante, para levar dinheiro do cofre e objetos pessoais;
3) gangues organizadas - são as invasões mais planejadas e têm como alvo contêineres com equipamentos eletrônicos, perfumes. Ladrões usam disfarces (uniformes dos trabalhadores do porto) e armas pesadas. Fogem em barcos a motor.
Os roubos no Brasil diferem dos praticados em outras regiões consideradas de alto risco porque são todos praticados com o navio atracado no porto. Na África, 20% dos ataques piratas são em alto-mar e no Oriente Médio, 41%.

Lanchas
Em 97, foram registrados 252 assaltos a embarcações no mundo. A América do Sul foi a segunda região com maior incidência de roubos (45), perdendo apenas para a área do sul da China (101).
No Brasil, foram reportados 35 assaltos, quase todos em Santos, Rio de Janeiro, Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR).
Preocupada com a explosão dos casos de pirataria no Brasil em 97, a IMO enviou missão ao Brasil em outubro de 98 para visitar os portos de Santos e Rio e discutir com o governo estratégias para combater os assaltos.
Uma das principais decisões foi a de destacar a PF para cuidar da segurança nos portos, criando os Núcleos Especiais de Polícia Marítima (Nepoms).
Os policiais receberiam treinamento especial antipirataria, lanchas para fazer patrulha dentro da água e helicópteros.
Embora a situação tenha melhorado desde o ano passado, os números de furtos e assaltos praticados ainda preocupam.
Levantamento da Polícia Federal mostra que de janeiro a setembro deste ano, 33 crimes, 90% furtos e assaltos, foram praticados nos portos brasileiros. (DF)

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