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Brasil é o vice-líder em insegurança
da Sucursal de Brasília
Além de serem considerados de
"alto risco" para o tráfico de drogas, os portos brasileiros também
estão entre os campeões de assaltos a mão armada e casos de pirataria. Os casos são reportados à
International Maritime Organization, órgão ligado às Nações Unidas encarregado de monitorar o
transporte marítimo no mundo.
Em 96 e 97, o Brasil ocupou a vice-liderança no ranking de países
com portos mais inseguros, perdendo apenas para a Indonésia.
Os piratas brasileiros se dividem em três categorias:
1) barrigudos - ladrões que não
usam armas e furtam objetos da
tripulação como walkman, jóias,
dinheiro ou máquina fotográfica.
Alguns são trabalhadores do próprio porto e escondem a mercadoria embaixo da roupa, daí o
apelido;
2) turma do cofre - bandos de
cinco ou seis que andam armados. Entram no navio à noite, rendem os vigias e vão direto à cabine
do comandante, para levar dinheiro do cofre e objetos pessoais;
3) gangues organizadas - são as
invasões mais planejadas e têm
como alvo contêineres com equipamentos eletrônicos, perfumes.
Ladrões usam disfarces (uniformes dos trabalhadores do porto)
e armas pesadas. Fogem em barcos a motor.
Os roubos no Brasil diferem dos
praticados em outras regiões consideradas de alto risco porque são
todos praticados com o navio
atracado no porto. Na África, 20%
dos ataques piratas são em alto-mar e no Oriente Médio, 41%.
Lanchas
Em 97, foram registrados 252
assaltos a embarcações no mundo. A América do Sul foi a segunda região com maior incidência
de roubos (45), perdendo apenas
para a área do sul da China (101).
No Brasil, foram reportados 35
assaltos, quase todos em Santos,
Rio de Janeiro, Rio Grande (RS) e
Paranaguá (PR).
Preocupada com a explosão dos
casos de pirataria no Brasil em 97,
a IMO enviou missão ao Brasil em
outubro de 98 para visitar os portos de Santos e Rio e discutir com
o governo estratégias para combater os assaltos.
Uma das principais decisões foi
a de destacar a PF para cuidar da
segurança nos portos, criando os
Núcleos Especiais de Polícia Marítima (Nepoms).
Os policiais receberiam treinamento especial antipirataria, lanchas para fazer patrulha dentro da
água e helicópteros.
Embora a situação tenha melhorado desde o ano passado, os
números de furtos e assaltos praticados ainda preocupam.
Levantamento da Polícia Federal mostra que de janeiro a setembro deste ano, 33 crimes, 90% furtos e assaltos, foram praticados
nos portos brasileiros.
(DF)
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