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Processos contêm falhas graves
da Agência Folha,
em Belo Horizonte
O DNER pagou indenizações
sem enviar às áreas desapropriadas os seus técnicos. A presença
deles era fundamental para que o
órgão tivesse laudos que seriam
confrontados pela Justiça com os
dos autores das ações. Isso ocorreu ocorreu em 2 dos 4 processos
analisados pela Agência Folha.
Nos casos de Altir de Souza
Maia e Márcio de Barros Quintão,
o departamento não enviou assistente-técnico e deixou que a indenização fosse calculada baseada
apenas nos pareceres elaborados
pelos peritos judiciais e pelos autores das ações.
No primeiro caso, o DNER (Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem) alegou que o DER
(Departamento Estadual de Estradas de Rodagem), com o qual
estabeleceu convênio para a
construção das rodovias, não lhe
enviou os documentos necessários.
Recursos
O perito oficial não apresentou
laudo, argumentando que o
DNER também não lhe apresentou documentos essenciais. No
outro caso, a autarquia alegou
"falta de recursos".
Nas duas sentenças, os juízes
deixaram claro que determinaram os precatórios baseados apenas nos laudos dos peritos oficiais
e nos cálculos feitos pelos escritórios especializados, a pedido dos
autores dos processos.
A chefe da Procuradoria do
DNER em Minas, Mônica Horta,
disse que esse fato é um "absurdo". Segundo ela, há um ano e
meio, quando assumiu o cargo, o
DNER envia técnicos para realizar perícia em todos os processos
analisados.
Setor de cálculos
Outra falha processual é o fato
de o DNER não possuir um setor
específico de cálculos, considerado "fundamental" pelo procurador-chefe da República em Minas
Gerais, Álvaro Ricardo de Souza
Cruz.
"Com certeza, há a necessidade
de contador para esse tipo de
apoio matemático. Normalmente, advogados não têm pendor para números", disse o procurador.
A opinião é ratificada pelo presidente da Associação Mineira
dos Procuradores do Estado,
Marco Túlio de Carvalho Rocha.
"O procurador não está, e nem
tem de estar, preparado para isso.
A formação do procurador do Estado é jurídica. Cálculo não é a
área dele. Qualquer entidade pública que não contar com essa infra-estrutura vai correr risco",
afirmou Rocha.
Mônica Horta disse que o
DNER de Minas Gerais enviou
"diversos pedidos" à Brasília para
a contratação de contadores, mas
até agora ainda não foi atendido.
(RB)
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