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SAIBA MAIS
Irmão de prefeito diz que esquema financiava o PT
DA REDAÇÃO
Em depoimento prestado
ao Ministério Público do Estado de São Paulo, o médico
João Francisco Daniel, irmão do prefeito Celso Daniel, morto em 2002, disse
que o vereador Klinger Luiz
de Oliveira Souza e os empresários Sérgio Gomes da
Silva e Ronan Maria Pinto
extorquiam dinheiro de empresários para financiar
campanhas eleitorais do PT.
Segundo ele, os recursos
eram encaminhados a Gilberto Carvalho, então secretário de Governo de Santo
André e hoje chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os repassava ao então presidente
do PT, José Dirceu, coordenador da campanha de Lula.
João Francisco disse ter ouvido de Carvalho que ele entregou R$ 1,2 milhão da suposta propina a Dirceu.
Em entrevista à Folha, publicada em 21 de junho, João
Francisco disse que inicialmente foi procurado por
Ângelo Gabrilli, muito amigo de seu pai, para servir de
elo com Klinger. Em meados
de 2001, foi procurado por
Rosângela Gabrilli: "Ela me
procurou para pedir uma
ajuda, para que eu servisse
de elo entre ela e o secretário
de Transportes, o Klinger".
Ele então falou com Celso
Daniel "sobre a possibilidade de Rosângela falar com
alguém da secretaria".
Segundo João Francisco,
após a morte do irmão, Carvalho e Belchior teriam falado com ele, talvez para desabafar. "Foi quando Gilberto
chegou a me dizer que entregou R$ 1,2 milhão para o José Dirceu de uma vez só. A
Prefeitura de Santo André
era a maior arrecadadora do
país para campanhas do
PT". Questionado se tinha
algum documento, ele negou: "Não, não tenho".
Outro lado
Carvalho e Belchior negaram as afirmações de João
Francisco. Em nota divulgada em 20 de junho de 2002,
os dois disseram que as acusações não correspondiam à
verdade. Eles insinuaram
que o que motivou o depoimento de João Francisco é o
fato de ser ele "representante
dos interesses" da Expresso
Guarará, da família Gabrilli.
Segundo eles, João Francisco teria solicitado "mudança nas regras do contrato
que a empresa mantém com
a prefeitura", mas não foi
atendido: "Essa medida não
atendeu aos interesses da
empresa e do sr. João Francisco, mas era a única atitude
que a legalidade exigia".
Tanto Belchior como Carvalho insistem que João
Francisco fazia lobby para a
família Gabrilli, que denunciou o suposto esquema.
Dirceu também divulgou
nota contestando as acusações: "O sr. João Francisco
Daniel, testemunha referente, a quem cabe o ônus de
provar a veracidade dos fatos, cita Miriam Belchior e
Gilberto Carvalho, testemunhas referidas. Logo, cabe à
Justiça ouvi-los para confirmar ou não a denúncia". Ele
acrescentou que "as acusações são completamente absurdas e descabidas".
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