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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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GOVERNO PETISTA

Marcelo Barbieri se desentende com equipe

Dirceu defende a permanência de peemedebista como seu assessor

DA REPORTAGEM LOCAL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu (Casa Civil) defendeu ontem a permanência no cargo do deputado federal Marcelo Barbieri (PMDB-SP), seu assessor parlamentar.
Oficialmente, o peemedebista deve deixar o ministério para assumir a presidência da Fundação Ulisses Guimarães, a pedido do presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia. Mas o verdadeiro motivo da saída de Barbieri é o desentendimento com integrantes da equipe de Dirceu.
"Não existe nenhum problema com a Casa Civil", disse o ministro Dirceu, que completou: "Se vai sair ou não é uma questão dele. Por mim ele fica, tem a minha confiança. Além do mais, sou amigo pessoal dele. Aliás, vou ser o seu padrinho de casamento".
Contestado sobre a saída, Barbieri também negou desentendimentos com a equipe do ministério. "Não houve desentendimento nenhum com o ministro ou com alguém de sua equipe. Vou conversar com o ministro na segunda-feira para tomar uma decisão final", disse Barbieri.
O ministro disse que não ocorreu pressão de líderes aliados para que Barbieri deixe o cargo. O assessor parlamentar de Dirceu teria entrado em conflito com alguns líderes da base governista ao manter contado direto com deputados e atender a demandas de parlamentares de seus partidos, sem passar pelas lideranças.
"Ninguém me pediu nada. Se ele for sair, é uma decisão dele. Eu aceito. Estou satisfeito e quero que ele fique", disse o ministro. "Se ele precisar sair, será por razões do PMDB. Lamento."
Bem-humorado, Dirceu esteve em Campinas, a 99 km de São Paulo, para lançar protocolo de intenções para o setor ferroviário e almoçar com empresários da cidade. Ele foi eleito deputado federal pelo Estado em 2002.
Cotado como um dos eventuais nomes do PT para disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2006, ele evitou comentar sobre as eleições municipais do ano que vem.
"Não sei. Não sou do PT. Sou ministro-chefe da Casa Civil", respondeu ao ser indagado sobre a expectativa do partido para o pleito do ano que vem. O ministro demonstrou apoio à prefeita de Campinas, Izalene Tiene, que assumiu após o assassinato de Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em 2001. Ela disputará a reeleição na cidade, um dos poucos locais onde o partido incentiva prévias. Sua administração é criticada pelo grupo de Toninho.
Ao comentar a tramitação da reforma tributária no Senado, Dirceu disse que as alterações no atual sistema são um "primeiro passo", mas que as mudanças deverão ser promovidas até 2006. "Cada agonia no seu dia", declarou ainda sobre a diminuição da carga tributária no país de cerca de 36% do PIB.
Durante evento na antiga estação ferroviária da cidade, uma senhora aproximou-se de Dirceu para lhe expor uma questão. Questionava o pagamento de contribuição patronal de um hospital infantil. O ministro disse que resolveria o caso: "Presidente Lula me colocou lá para isso. Para resolver problemas".


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