JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O Tribunal de Justiça do Paraná condenou o prefeito de Andirá (norte do Estado), Carlos Kanegusuko (PT), 49, a quatro anos e seis meses de reclusão, em regime semi-aberto, pelo crime de desvio de dinheiro público para uso próprio ou alheio. Kanegusuko disse que vai recorrer.
A decisão unânime da 2ª Câmara Criminal determina a perda do mandato e a proibição de exercer cargo ou função pública por cinco anos. Kanegusuko foi condenado por deixar de construir 207 unidades habitacionais, para as quais recebeu R$ 2,465 milhões, em 1992, da Cohapar (Companhia Habitacional do Paraná).
A condenação se refere ao primeiro mandato de Kanegusuko, de 1989 a 1992, quando o petista ainda era filiado ao PSDB. Ele ingressou no PT em abril deste ano.
O juiz José Maurício Pinto de Almeida, ao relatar a denúncia contra Kanegusuko, defendeu a condenação pela "necessidade de um representante eleito pelo povo pautar sua conduta dentro das normas de integridade, objetivando o bem comum".
Na denúncia, de agosto de 1997, o Ministério Público do Paraná mostra que, depois do convênio com a Cohapar, da liberação da verba, a obra não foi concluída, "ocorrendo a supressão dos materiais, com prejuízo ao erário".
O prefeito vai poder recorrer da decisão do TJ junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no cargo, para o qual foi reeleito em 2000.

Outro lado
Carlos Kanegusuko disse ontem que irá recorrer da decisão do TJ e provar que agiu "com lisura e sem causar prejuízos à população". Segundo Kanegusuko, o dinheiro enviado pela Cohapar (Companhia Habitacional do Paraná) foi utilizado para terminar dois outros conjuntos habitacionais que estavam em construção em 1992.
"É uma briga de dez anos. A Cohapar não enviou a última parcela para terminar 427 casas em dois conjuntos habitacionais. Eu utilizei a primeira parcela dessas 207 unidades para finalizar os outros dois conjuntos. Atendi a população", afirmou o petista.
Kanegusuko disse que só depois do final de seu mandato como prefeito é que a Cohapar enviou o dinheiro para o término dos dois conjuntos. Ele disse estar tranquilo e que conseguirá provar sua inocência. "Essas armações políticas sempre ocorrem em véspera de eleição e estou tranquilo de que fiz o melhor para a população."


Texto Anterior: Rumo a 2004: Revisão pode deixar Santos sem 2º turno
Próximo Texto: SãoPaulo: Alckmin deixa inativos na conta da saúde
Índice