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MÍDIA
Contas de luz terão taxa para Fundação Padre Anchieta
SP cria nova lei para
custear TV Cultura
da Reportagem Local
O governo do Estado de São Pau
lo sancionou lei no final do ano
passado criando uma taxa destina
da ao custeio da programação da
rádio e TV Cultura, gerenciadas
pela Fundação Padre Anchieta.
A taxa, criada pela lei 9.904, será
cobrada mensalmente dos paulis
tas, inclusive dos que não têm
acesso à programação da Cultura,
e varia conforme o consumo de
energia elétrica.
Consumidores de até 100 quilo
watts de energia por mês estão
isentos. Os usuários de 100 quilo
watts a 200 quilowatts pagarão R$
2 e os que consomem acima de 200
quilowatts, R$ 5.
O pagamento será feito por meio
da conta de luz.
De acordo com a Eletropaulo
(Eletricidade de São Paulo S/A), o
consumo de 200 quilowatts cor
responde a uma conta de energia
elétrica de cerca de R$ 20.
A lei entrou em vigor a partir de
sua publicação no "Diário Ofi
cial" do Estado no dia 31 de de
zembro, mas a Eletropaulo infor
ma que a cobrança só deve come
çar em fevereiro, depois que a em
presa tiver estudado a legislação
que regulamenta a medida.
A lei foi sancionada pelo gover
nador Mário Covas (PSDB) sem o
parecer jurídico recomendado pe
la área tributária da Secretaria da
Fazenda do Estado.
"Precisávamos aprovar no ano
passado. Foi muito em cima (da
hora). As taxas devem ser aprova
das um ano antes para que possam
ser cobradas", disse Walter Feld
man, secretário da Casa Civil.
A sanção foi baseada em parecer
jurídico de um dos conselheiros da
TV Cultura, o advogado Antônio
Carlos Mendes.
Mendes afirmou que sua opinião
foi baseada no princípio jurídico
que permite ao poder público a
instituição de taxas para o custeio
de serviços efetivos ou potenciais.
Na opinião do advogado tributa
rista Plínio Marafon, a lei é incons
titucional. Segundo ele, o serviço
prestado pela TV Cultura não po
de ser considerado potencial.
"A utilização da TV não é, por
exemplo, compulsória, como
manda a lei. Eu ligo a televisão e
assisto à Cultura se quiser. A taxa
também não pode ser cobrada
proporcionalmente ao uso do ser
viço, conforme a legislação deter
mina", disse Marafon.
Feldman afirmou que, caso seja
comprovada a ilegalidade, o go
verno está disposto a diminuir o
valor da taxa ou até mesmo extin
guir a lei.
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