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Cem deputados recebem acima do teto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Mesa da Câmara antecipou-se à decisão do Supremo Tribunal
Federal sobre o teto salarial do
funcionalismo e no início do mês
consultou os deputados sobre a
existência de outras fontes de renda no serviço público para fazer
descontos, mas a pressão contra
os cortes e o receio de problemas
jurídicos forçaram um recuo.
Estima-se que 100 dos 513 deputados acumulem o salário de R$
12.700 com pelo menos uma aposentadoria do setor público e que
a soma ultrapasse os R$ 19.115,19
fixados pelo Supremo.
São a "bancada dos aposentados" e têm um importante aliado
contra os cortes: o ex-deputado e
ex-ministro do STF Célio Borja,
que recebe aposentadoria desses
dois órgãos. Borja enviou carta à
Câmara questionando, por exemplo, a possibilidade de desconto
por causa do princípio constitucional do direito adquirido e indagou qual órgão faria o corte na
hipótese de acúmulo.
No Senado, calcula-se que grande parte dos seus 81 membros
também receba acima do teto. O
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP), disse, por meio
de sua assessoria, que a decisão
sobre a aplicação dos cortes será
tomada com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O departamento jurídico da Câmara entende que, para aplicar os
descontos, precisará aprovar lei
regulamentando a Constituição.
Os diretores-gerais dos tribunais superiores reuniram-se ontem à tarde no STF para discutir a
aplicação do teto. A reunião não
tinha terminado até o fechamento
desta edição. No Tribunal Superior do Trabalho, 41 inativos e
pensionistas recebem acima do limite. No STF, são 26.
(SF)
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