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QUESTÃO INDÍGENA
Fazendeiros mantêm protesto para hoje
Índios deixam 11 fazendas invadidas em Japorã e permanecem em três
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JAPORÃ (MS)
Cerca de mil índios guaranis e
caiuás deixaram ontem 11 das 14
fazendas que haviam invadido em
dezembro em Japorã (464 km de
Campo Grande), segundo a Funai
(Fundação Nacional do Índio). A
saída teve início na segunda.
Nas três propriedades (São Jorge, Remanso e Paloma) em que
ainda estão, os índios saíram das
sedes, mas fizeram acampamentos próximos a rios ou córregos.
Ao menos duas sedes invadidas
foram destruídas pelos índios. A
Agência Folha esteve ontem à tarde na fazenda Paloma. A reportagem constatou que duas casas e
dois galpões estão destruídos. Foram retirados os móveis, portas e
parte das paredes de madeira.
Apesar da saída, os produtores
mantiveram para hoje um protesto contra as invasões. O presidente do Sindicato Rural de Dourados (MS), Gino Ferreira, disse que
cerca mil produtores vão entrar
nas fazendas. Pedro Fernandes
Neto, 50, dono da fazenda São
Jorge, onde os índios montaram
um acampamento, quer a desocupação total da propriedade.
A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que mandou 40 policiais para impedir um
confronto. No dia 21, cerca de 300
fazendeiros, trabalhadores rurais
e até comerciantes entraram em
confronto com 250 índios na ponte que dá acesso às fazendas. Um
produtor e dois índios se feriram.
O delegado Jonas Rossatti, da
Polícia Federal, e mais seis agentes acompanharam ontem oficiais
de Justiça que visitaram as sedes
para constatar as desocupações.
Os índios alegam que as fazendas que foram invadidas estão localizadas dentro da terra indígena
de 9.400 hectares, que a Funai ainda não terminou de identificar. Já
os produtores rurais apresentam
escrituras das áreas registradas no
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
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