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Movimentos marcam dia com manifestações e invasões
DA AGÊNCIA FOLHA
O dia de ontem foi marcado por
uma série de manifestações em
Pernambuco, Alagoas, São Paulo
e Rio Grande do Sul, com o objetivo de pressionar o governo para
acelerar a reforma agrária.
Em Pernambuco, houve invasões de propriedade e da sede do
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), bloqueio de rodovia e acampamentos à beira de estrada.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou, na madrugada de ontem, a
21ª invasão de terra desde que começou em março a "jornada de
luta" -nome que o movimento
deu às invasões. O engenho Mãe
de Deus, em Cortês, foi invadido
por 180 famílias, segundo o MST.
Cerca de 400 trabalhadores ligados à Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco) invadiram o Incra em
Recife. No início da noite, deixaram o local. A entidade tem 21
acampamentos no Estado.
O MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) montou dois
acampamentos à beira da BR-60.
Segundo a coordenação no Estado, o MTL já possui 34 acampamentos, com 2.600 famílias.
A OLC (Organização da Luta no
Campo) bloqueou por quatro horas a BR-232, perto de Pombos.
Segundo a assessoria da PM, cerca de 500 manifestantes participaram do bloqueio.
RS, SP e AL
No Rio Grande do Sul, o MST e
o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) protestaram
ontem com caminhadas, bloqueio de rodovias e a invasão de
um supermercado -sem saques.
A Via Campesina, da qual fazem parte o MST e o MPA, pediu
bolsa-estiagem de R$ 300 por mês
e renegociação de dívidas. O MST
e o MPA, em Porto Alegre e Nova
Santa Rita, pediram a entrega de
cestas básicas a acampados que
esperam assentamentos. O governo gaúcho se comprometeu a repassar alimentos. Houve protestos em Bagé, Pelotas, Erechim,
Ijuí, Sarandi e Santa Cruz do Sul.
O coordenador nacional do
MST, Gilmar Mauro, afirmou ontem, em Presidente Prudente
(SP), que as invasões de terra são
uma forma de "ajudar o governo
Lula" a fazer reforma agrária. A
declaração foi dada em discurso
na praça da cidade a cerca de
2.500 sem-terra, segundo a Polícia
Militar, que concluíram duas
marchas de seis dias, de 100 km,
no Pontal do Paranapanema.
Apesar de o ato ter sido realizado para protestar contra o governo de São Paulo pela "lentidão"
na reforma agrária e o projeto de
regularização fundiária regulamentado pelo Estado, não faltaram críticas ao governo Lula.
No interior de Alagoas, o MST
anunciou a invasão de duas fazendas -ontem, em Quebrângulo, e
na sexta, em Atalaia.
Em Quebrângulo, segundo o
Incra, a área foi considerada produtiva em vistoria de 2003. Em
Atalaia, a propriedade estaria em
processo de desapropriação.
Colaboraram a Agência Folha, em Porto
Alegre e em Presidente Prudente
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