da enviada especial ao Rio

Na elaboração do consórcio que ontem arrematou a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional conseguiu uma façanha no mercado financeiro.
Obteve o maior empréstimo já concedido a uma empresa privada na América do Sul.
O Nations Bank, o quarto maior banco de varejo do mercado norte-americano, ofereceu à CSN uma linha de crédito de nada menos que R$ 1,2 bilhão. É uma decisão no mínimo ousada.
O banco está interessado em atuar no Brasil e está usando o leilão de privatização da Vale como porta de entrada.
A operação estaria servindo de vitrine para o Nations, segundo comenta-se no mercado.
Além disso, o banco conquista, de saída, dois clientes respeitáveis: a CSN, diretamente, e a Vale, por tabela.
Financiamento
Ao mesmo tempo, foi este financiamento que permitiu à CSN comandar a criação do Consórcio Brasil para concorrer com o grupo liderado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, o Valecom.
O empréstimo ainda é virtual. Só se materializará quando o Consórcio Brasil, liderado pela CSN, pagar efetivamente o dinheiro oferecido pela estatal.
Até lá, o dinheiro está guardado no Nations, à disposição da CSN. Para manter o empréstimo disponível, a CSN pagou uma taxa, cujo valor o presidente do Conselho de Administração, Benjamin Steinbruch, recusa-se a revelar.
Os executivos do Nations no Brasil também não se pronunciarão sobre o financiamento feito à CSN.
Etapas
A Folha apurou que a operação será feita em duas etapas.
A primeira será um empréstimo ponte de três anos, que será expandido por mais cinco anos.
Desta forma, o prazo total será de oito anos, o que é considerado um empréstimo de longo prazo.
Além do prazo, uma grande vantagem de um empréstimo externo são os juros -mais vantajosos dos que os do mercado interno.
O empresário Steinbruch não quis revelar que taxa pagará, mas normalmente a banca internacional cobra o valor da libor (taxa internacional de juros, 5,8% ao ano), acrescida de um percentual compatível com o risco representado pelo devedor.
(SQ)



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