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PRIVATIZAÇÃO
Funcionários da estatal poderão comprar parte da empresa em outubro usando fundo de garantia
Trabalhadores participam da 2ª etapa
SHIRLEY EMERICK
da Sucursal de Brasília
Os trabalhadores poderão
participar da segunda etapa da
privatização da
Companhia Vale do Rio Doce,
que deverá
ocorrer em outubro, utilizando recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O governo incluirá essa possibilidade no projeto de conversão do
deputado Rubem Medina
(PFL-RJ) para a MP (medida provisória) que estabelece as regras da
privatização, que pode ser examinado pelo Congresso ainda neste
mês.
Projeto
O projeto do governo permitindo o uso do FGTS no programa de
desestatização foi enviado ao Legislativo no final do ano passado,
mas até agora sua tramitação foi
lenta.
Medina disse que sugeriu a inclusão da proposta ao ministro
Antonio Kandir (Planejamento).
Ficou acertado que a MP será reeditada mais uma vez, provavelmente nesta semana, e o governo
vai trabalhar a votação do texto
ainda em maio.
Essa foi a forma que o governo
encontrou para apressar a aprovação da proposta no Congresso.
Kandir disse no ano passado que
a intenção era autorizar o funcionamento dos Fundos Mútuos de
Privatização ainda no primeiro semestre deste ano.
Só que o projeto de lei só foi
aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ele teria ainda que passar por outras
duas comissões, ir ao plenário e
depois ser enviado ao Senado.
Vale
Se o projeto de conversão for
aprovado em tempo, os fundos
poderão participar da oferta pública de ações da Vale, que deverá ser
provavelmente em outubro.
A privatização da Vale foi dividida em três etapas: venda do controle, oferta pública de ações e
venda de ações a funcionários da
empresa.
Na proposta do governo, os trabalhadores poderão usar até 50%
do saldo depositado na conta vinculada do FGTS.
Para fazer isso, aplicarão o dinheiro em Fundos Mútuos de Privatização, que serão criados por
instituições financeiras. Dessa forma, se beneficiarão da valorização
das ações após a privatização
-que tende a superar os rendimentos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço.
Esse seria, porém, um investimento de risco: se as cotações das
ações caírem, os trabalhadores
perdem dinheiro.
O CND (Conselho Nacional de
Desestatização) vai definir as estatais federais e estaduais que poderão vender ações para esses fundos.
A compra de ações com recursos
do fundo está limitada ao valor da
dívida da União com o FGTS. O
governo reconhece um débito de
R$ 6 bilhões.
O trabalhador poderá transferir
suas ações de um fundo de investimento para outro depois de seis
meses.
Isso pode acontecer quando ele
não estiver satisfeito com a remuneração dada pelo administrador
do fundo.
Mudança
Essa mudança vai provocar
maior competição entre as instituições financeiras que vão operar
com essa aplicação.
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