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Caixa cria dois
cargos; um vai
para o PMDB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, anunciou ontem a criação de
dois cargos de direção no banco
estatal. Serão dois novos vice-presidentes, um para a área de crédito e outro para o setor de tecnologia. O vice-presidente de crédito
será indicado pelo PMDB.
O nome entregue pelo partido
ao Planalto é Francisco Egídio,
funcionário de carreira da área financeira do Banco do Nordeste,
apontado pela bancada do Pará,
cujo líder é o deputado Jader Barbalho, e avalizado pelo ministro
das Comunicações, Eunício Oliveira, quando ainda era líder da
sigla na Câmara dos Deputados.
A vice-presidência de crédito
faz parte de um pacote de cargos
negociado pelo PMDB com o governo, que inclui ainda, na Caixa,
a indicação de diretores de microcrédito e de crédito cooperativo
pelas bancadas da Câmara e do
Senado, respectivamente.
O desenho da vice-presidência
de crédito não agradou ao PMDB,
pois ela vai operar apenas 2% do
orçamento da Caixa, numa atividade de risco (crédito pessoal, por
exemplo). O partido não vai operar com os recursos para o saneamento e a habitação.
A Caixa tem um orçamento de
R$ 11 bilhões para ser aplicado
nessas duas áreas neste ano. Por
esse motivo, o PMDB acha que a
vice-presidência entregue ao partido estará "esvaziada". O PMDB
ficará apenas com a vice-presidência de crédito: a de tecnologia
deve ser destinada à indicação de
outro partido da base aliada.
A área de tecnologia cuidará de
parcerias como a da GTech, empresa multinacional que cuida do
processamento de loterias do
país. Seu contrato com a Caixa teria sido prorrogado por influência
de Waldomiro Diniz, ex-subchefe
de Assuntos Parlamentares da
Presidência flagrado em vídeo de
2002 pedindo propina e contribuição de campanha a um empresário de jogos.
PMDB
Até o final de abril, a Caixa negava que a criação de novos cargos
estivesse sendo considerada. Ontem, Mattoso afirmou que isso estava sendo estudado desde o início do ano passado. Questionado
sobre a possibilidade de os cargos
serem preenchidos por pessoas ligadas ao PMDB, o presidente da
Caixa respondeu, sem citar nomes: "Pode ser. Eles [o PMDB] fazem parte da base do governo.
Importa para a Caixa que eles [os
indicados] sejam capacitados".
Com a criação das duas vice-presidências, o Planalto praticamente liquida a fatura das nomeações indicadas pelo PMDB.
O partido, além de ocupar os
ministérios das Comunicações e
da Previdência, apontou os titulares de órgãos fortes, como para as
presidências da Eletrobrás, dos
Correios e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Ainda há pendências a serem
resolvidas no Banco do Brasil, onde o PMDB reivindica a diretoria
de Crédito Cooperativo, e na Dataprev, a empresa de processamento de dados da Previdência,
cujos cargos devem ser divididos
com o PT.
(RAYMUNDO COSTA e NEY HAYASHI DA CRUZ)
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