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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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POLÍTICA EXTERNA

IBSA é o nome oficial do G3 dos pobres

Brasil, Índia e África do Sul criam "G3" de países em desenvolvimento

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Brasil, Índia e África do Sul anunciaram ontem a criação de um grupo, espécie de "G8 dos pobres", que reunirá os três para aumentar o poder de barganha dos países em desenvolvimento nos fóruns internacionais. A iniciativa faz parte da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fortalecer a cooperação em os países em desenvolvimento.
"É claro que, como antes, mas agora de maneira mais incisiva, devemos falar o quanto pudermos com uma única voz", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Índia, Yashwant Sinha, depois de se reunir em Brasília com seus colegas Celso Amorim (brasileiro) e Nkosazana Dlamini-Zuma (sul-africana).
Apelidado de G3 pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim-numa referência ao G8 (clube que reúne as sete maiores economias do mundo mais a Rússia)-, o nome oficial do grupo é IBSA, a união das iniciais em inglês dos três países.

Divergências
Os três chanceleres afirmaram que os seus países têm muitos pontos em comum, embora reconheçam divergências em alguns temas. Eles se comprometeram a minimizar as diferenças para que os países desenvolvidos não as utilizem contra os próprios interesses do Brasil, da Índia e da África do Sul.
O grupo, que pretende se transformar numa instituição representativa dos países do sul -em desenvolvimento- poderá ser ampliado. "Não é um grupo excludente. Esse G3 pode ser G5", disse Amorim, ao ser questionado sobre a possibilidade da China e da Rússia integrarem o grupo.
No início, no entanto, Amorim avalia que seria mais eficiente manter apenas os três países para facilitar os diálogos, a criação de consensos e a organização das reuniões. Os três ministros gostariam que os chefes de Estado dos seus respectivos países se encontrassem ainda este ano.
Na ONU, os novos sócios pressionarão pela reforma do Conselho de Segurança (CS), que incluiria entre seus membros permanentes países em desenvolvimento. No comunicado conjunto, distribuído ontem, não havia menções ao apoio mútuo à candidatura do três países ao CS.
Segundo o ministro brasileiro, cada região tem suas próprias complexidades, portanto, a questão de quem teria assento no CS ainda não foi discutida. Anteontem, no entanto, Índia e Brasil se comprometeram a trocar apoio.


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