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POLÍTICA EXTERNA
IBSA é o nome oficial do G3 dos pobres
Brasil, Índia e África do Sul criam "G3" de países em desenvolvimento
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Brasil, Índia e África do Sul
anunciaram ontem a criação de
um grupo, espécie de "G8 dos pobres", que reunirá os três para aumentar o poder de barganha dos
países em desenvolvimento nos
fóruns internacionais. A iniciativa
faz parte da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de
fortalecer a cooperação em os países em desenvolvimento.
"É claro que, como antes, mas
agora de maneira mais incisiva,
devemos falar o quanto pudermos com uma única voz", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Índia, Yashwant Sinha, depois de se reunir em Brasília com seus colegas Celso Amorim (brasileiro) e Nkosazana Dlamini-Zuma (sul-africana).
Apelidado de G3 pelo ministro
das Relações Exteriores, Celso
Amorim-numa referência ao
G8 (clube que reúne as sete maiores economias do mundo mais a
Rússia)-, o nome oficial do grupo é IBSA, a união das iniciais em
inglês dos três países.
Divergências
Os três chanceleres afirmaram
que os seus países têm muitos
pontos em comum, embora reconheçam divergências em alguns
temas. Eles se comprometeram a
minimizar as diferenças para que
os países desenvolvidos não as
utilizem contra os próprios interesses do Brasil, da Índia e da
África do Sul.
O grupo, que pretende se transformar numa instituição representativa dos países do sul -em
desenvolvimento- poderá ser
ampliado. "Não é um grupo excludente. Esse G3 pode ser G5",
disse Amorim, ao ser questionado sobre a possibilidade da China
e da Rússia integrarem o grupo.
No início, no entanto, Amorim
avalia que seria mais eficiente
manter apenas os três países para
facilitar os diálogos, a criação de
consensos e a organização das
reuniões. Os três ministros gostariam que os chefes de Estado dos
seus respectivos países se encontrassem ainda este ano.
Na ONU, os novos sócios pressionarão pela reforma do Conselho de Segurança (CS), que incluiria entre seus membros permanentes países em desenvolvimento. No comunicado conjunto, distribuído ontem, não havia menções ao apoio mútuo à candidatura do três países ao CS.
Segundo o ministro brasileiro,
cada região tem suas próprias
complexidades, portanto, a questão de quem teria assento no CS
ainda não foi discutida. Anteontem, no entanto, Índia e Brasil se
comprometeram a trocar apoio.
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