São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CPI investiga intermediação de propaganda

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A participação da empresa Longo Alcance Assessoria em Mídia e Comunicação Ltda. em um esquema supostamente fraudulento de captação de propaganda do governo em emissoras de rádio do interior do país começou a ser investigada pela CPI dos Correios.
A empresa é suspeita de só repassar propaganda oficial a emissoras dispostas a pagar, por fora do contrato, 10% do valor.
Membros da CPI apuram se essa diferença seria destinada ao PT.
Ontem, na CPI, perguntaram ao publicitário Marcos Valério se a empresa atuaria em uma espécie de ponte entre órgãos do governo, como a Caixa Econômica Federal, e emissoras de rádio AM e FM.
Valério confirmou que conhece a Longo Alcance, empresa que, disse, é especializada em contatos publicitários com rádios de todo o país. Os 10% a mais sobre o valor contratual se referem ao que no meio publicitário é conhecido como bonificação de volume -o BV, pago pelos órgãos de comunicação a agências de publicidade que captam muitos de anúncios.
A Folha ouviu o sócio de uma emissora AM no interior do Estado do Rio. Ele contou que em 2004 recebeu da Longo Alcance documento que dizia que, se passasse a pagar o BV, receberia mais publicidade do governo.
Leila Ali, diretora-geral da empresa, não foi encontrada para comentar o caso.
(SERGIO TORRES E LAURA MATTOS)


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Caixa 2: Governo suspeita que Valério seja "laranja"
Próximo Texto: Recém-saídos integram chapa na eleição do PT
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.