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CPI investiga intermediação de propaganda
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A participação da empresa Longo Alcance Assessoria em Mídia e
Comunicação Ltda. em um esquema supostamente fraudulento de captação de propaganda do
governo em emissoras de rádio
do interior do país começou a ser
investigada pela CPI dos Correios.
A empresa é suspeita de só repassar propaganda oficial a emissoras dispostas a pagar, por fora
do contrato, 10% do valor.
Membros da CPI apuram se essa diferença seria destinada ao PT.
Ontem, na CPI, perguntaram ao
publicitário Marcos Valério se a
empresa atuaria em uma espécie
de ponte entre órgãos do governo,
como a Caixa Econômica Federal,
e emissoras de rádio AM e FM.
Valério confirmou que conhece
a Longo Alcance, empresa que,
disse, é especializada em contatos
publicitários com rádios de todo o
país. Os 10% a mais sobre o valor
contratual se referem ao que no
meio publicitário é conhecido como bonificação de volume -o
BV, pago pelos órgãos de comunicação a agências de publicidade
que captam muitos de anúncios.
A Folha ouviu o sócio de uma
emissora AM no interior do Estado do Rio. Ele contou que em
2004 recebeu da Longo Alcance
documento que dizia que, se passasse a pagar o BV, receberia mais
publicidade do governo.
Leila Ali, diretora-geral da empresa, não foi encontrada para comentar o caso.
(SERGIO TORRES E LAURA MATTOS)
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