DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entrega hoje à Mesa Diretora do Senado os extratos de suas contas bancárias de 1983 a 1987 para tentar provar que não foi beneficiado por desvio de recursos do Banpará quando era governador.
Licenciado da presidência do Senado desde 20 de julho por 60 dias, Jader retorna a Brasília disposto a se defender das acusações e a resistir a pressões para que renuncie ao cargo ou ao mandato de senador. ""Agora, o que está em jogo não é apenas a presidência do Senado ou o mandato de senador. É a honra pessoal. Não vou renunciar para ficar vagando pelos corredores do Senado", disse à Folha.
Jader pretendia fazer um discurso no plenário, rebatendo acusações e partindo para a ofensiva, mas foi desaconselhado por senadores do PMDB.
Esses senadores sugeriram que Jader aguarde as investigações da comissão do Conselho de Ética. Primeiro, porque ele estaria se defendendo sem saber do que seria acusado internamente. Segundo, porque poderia ser acusado de tentar interferir e pressionar os senadores encarregados da apuração.
Jader não tem mais apoio partidário incondicional, mas para os senadores do PMDB o Conselho de Ética só poderá concluir se feriu o decoro após a apuração da Procuradoria.
""O conselho tem de aguardar a decisão da Justiça. Se Jader provar que as denúncias são falsas, não houve quebra de decoro. Mas, se as denúncias se comprovarem, houve", disse o presidente do PMDB, senador Maguito Vilela (PMDB-GO), que não defende a renúncia à presidência do Senado.
Ontem, Jader usou os 20 minutos do horário gratuito de seu partido no Pará para apresentar sua defesa. Mais uma vez, disse estar sendo vítima de "campanha vil da imprensa".