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Para petistas,
Lula deve evitar
apelo populista
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os últimos discursos do
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foram alvo de crítica
na reunião de sexta-feira do
Campo Majoritário, corrente que controla o PT. Segundo participantes da reunião,
o tom adotado na semana
passada foi encarado com
ressalvas até mesmo pelo assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia.
Em sua intervenção, Marco Aurélio teria alertado para os riscos de um discurso
dedicado às classes baixas.
Segundo o presidente do PT
do Paraná, André Vargas,
Marco Aurélio comparou a
linha à praticada pelo vizinho venezuelano Hugo Chávez e disse que ainda que haja "aspectos positivos" no
chavismo, não se pode
"queimar pontes" com setores da sociedade.
Descrevendo um momento de nervos à flor da pele, a
senadora Ideli Salvatti (SC)
também afirma que "não é
hora de acirramento". "Está
tudo como fio desencapado.
Temos que restabelecer o
equilíbrio e clarear as coisas", disse ela, que integra a
CPI dos Correios.
Na reunião, o deputado
Paulo Delgado (MG) também criticou a postura de
Lula, enquanto o presidente
do PT, Tarso Genro, repetia,
dentro e fora da reunião, que
a melhor resposta à crise é
buscar "uma saída política"
para ela, não apenas enumerar as benesses do governo.
"Nós não nos comunicamos
com os pacientes da crise, os
movimentos sociais e a população brasileira."
Ainda segundo participantes da reunião, alguns integrantes do Campo Majoritário se queixaram do afastamento de Lula do PT. Única
pessoa capaz de reatar os canais entre a sociedade e o
partido, Lula estaria isolando a crise no PT, segundo reclamação de alguns participantes. Para um deles, o presidente reforça o "lulismo" e
se afasta do petismo.
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