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SEGUNDO TURNO
José Dirceu, Luiz Dulci, Antônio Palocci e Luiz Gushiken compõem núcleo central da campanha do PT no 2º turno
Estado-maior de Lula tem quatro nomes
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
O núcleo central da campanha
Lula será, no segundo turno, o
mesmo que atuou no primeiro e
que, além disso, comporá uma espécie de estado-maior petista para preparar a transição, no caso de
vitória. São quatro as pessoas que
se reúnem todos os dias com Luiz
Inácio Lula da Silva para discutir
todos os aspectos da campanha
e/ou da conjuntura brasileira:
1 - O deputado federal José Dirceu, presidente nacional do PT e
principal operador político do
partido e da campanha.
2 - Luiz Dulci, secretário-geral
do PT, outro articulador político
fundamental, mas de perfil baixo,
ao contrário de Dirceu.
3 - Antônio Palocci, prefeito de
Ribeirão Preto e coordenador do
programa de governo.
4 - Luiz Gushiken, ex-líder bancário, ex-deputado federal e o
braço direto de José Dirceu na
coordenação de campanha.
Conforme o assunto ou conforme a possibilidade de cada um, o
grupo se amplia. Quem mais tem
comparecido para reuniões com
o núcleo central é a prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy.
Mas, quando o assunto é principalmente economia, são muito
ouvidos o deputado Aloizio Mercadante, candidato ao Senado, e
Guido Mantega, o assessor econômico pessoal de Lula.
João Sayad, secretário de Finanças da prefeitura paulistana, está
na lista dos economistas não-petistas que o partido consulta e
gostaria de utilizar eventualmente
no governo federal.
Para não mencionar ícones da
esquerda que, com a saúde debilitada, não estão no núcleo central
mas podem fazer parte de um futuro Conselho de Assessores Econômicos (casos de Celso Furtado
e Maria da Conceição Tavares).
Gilberto Carvalho, petista histórico, só saiu do comando do partido para participar da administração Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado no início do
ano. Mas, agora, está de volta ao
QG. Como Dulci, mantém-se
mais ou menos nas sombras, longe da exposição pública de um
Dirceu ou um Mercadante.
Na área econômica, há um segundo círculo formado por seis
economistas que se reúnem todas
as sextas-feiras para discutir a
conjuntura econômica, depois de
terem ajudado a elaborar o programa de governo. Dos seis, quatro são do PT: além de Mercadante e Mantega, Paul Singer e Ricardo Carneiro. Mas há dois de fora
do partido: Luiz Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho.
Por mero acaso, ambos tiveram
funções públicas durante o governo José Sarney, que agora apóia
Lula. Belluzzo na Fazenda, como
braço direito do ministro Dílson
Funaro, e Luciano Coutinho, na
Ciência e Tecnologia.
Também de fora do PT, mas incorporado por Lula como uma de
suas figuras favoritas, é o candidato a vice-presidente, José Alencar,
empresário de crescente influência junto a Lula.
À margem desse círculo mais
íntimo, há especialistas de diferentes áreas, não necessariamente
petistas, que são ouvidos com frequência e, por isso mesmo, figuram em todas as especulações sobre um eventual ministério.
São personalidades como Luiz
Eduardo Soares, que, no início da
gestão Garotinho no Rio de Janeiro, tentou revolucionar a polícia
carioca, trombou com o governador e saiu do governo.
Ou Luiz Pinguelli Rosa, físico
que assessora o PT desde sempre
em especial na área de energia.
Do próprio PT, outro ex-integrante do círculo íntimo de Lula
que continua sendo muito ouvido
é o historiador Marco Aurélio
García, que trocou o posto de secretário de Relações Internacionais do partido e conselheiro de
Lula para temas externos, pela Secretaria de Cultura de Marta Suplicy.
Mas, na campanha, Marco Aurélio voltou a tocar a agenda internacional, já que o titular (Mercadante) estava envolvido na sua
própria campanha para o Senado.
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