São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002


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SEGUNDO TURNO

José Dirceu, Luiz Dulci, Antônio Palocci e Luiz Gushiken compõem núcleo central da campanha do PT no 2º turno
Estado-maior de Lula tem quatro nomes

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

O núcleo central da campanha Lula será, no segundo turno, o mesmo que atuou no primeiro e que, além disso, comporá uma espécie de estado-maior petista para preparar a transição, no caso de vitória. São quatro as pessoas que se reúnem todos os dias com Luiz Inácio Lula da Silva para discutir todos os aspectos da campanha e/ou da conjuntura brasileira:
1 - O deputado federal José Dirceu, presidente nacional do PT e principal operador político do partido e da campanha.
2 - Luiz Dulci, secretário-geral do PT, outro articulador político fundamental, mas de perfil baixo, ao contrário de Dirceu.
3 - Antônio Palocci, prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo.
4 - Luiz Gushiken, ex-líder bancário, ex-deputado federal e o braço direto de José Dirceu na coordenação de campanha.
Conforme o assunto ou conforme a possibilidade de cada um, o grupo se amplia. Quem mais tem comparecido para reuniões com o núcleo central é a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.
Mas, quando o assunto é principalmente economia, são muito ouvidos o deputado Aloizio Mercadante, candidato ao Senado, e Guido Mantega, o assessor econômico pessoal de Lula.
João Sayad, secretário de Finanças da prefeitura paulistana, está na lista dos economistas não-petistas que o partido consulta e gostaria de utilizar eventualmente no governo federal.
Para não mencionar ícones da esquerda que, com a saúde debilitada, não estão no núcleo central mas podem fazer parte de um futuro Conselho de Assessores Econômicos (casos de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares).
Gilberto Carvalho, petista histórico, só saiu do comando do partido para participar da administração Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado no início do ano. Mas, agora, está de volta ao QG. Como Dulci, mantém-se mais ou menos nas sombras, longe da exposição pública de um Dirceu ou um Mercadante.
Na área econômica, há um segundo círculo formado por seis economistas que se reúnem todas as sextas-feiras para discutir a conjuntura econômica, depois de terem ajudado a elaborar o programa de governo. Dos seis, quatro são do PT: além de Mercadante e Mantega, Paul Singer e Ricardo Carneiro. Mas há dois de fora do partido: Luiz Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho.
Por mero acaso, ambos tiveram funções públicas durante o governo José Sarney, que agora apóia Lula. Belluzzo na Fazenda, como braço direito do ministro Dílson Funaro, e Luciano Coutinho, na Ciência e Tecnologia.
Também de fora do PT, mas incorporado por Lula como uma de suas figuras favoritas, é o candidato a vice-presidente, José Alencar, empresário de crescente influência junto a Lula.
À margem desse círculo mais íntimo, há especialistas de diferentes áreas, não necessariamente petistas, que são ouvidos com frequência e, por isso mesmo, figuram em todas as especulações sobre um eventual ministério.
São personalidades como Luiz Eduardo Soares, que, no início da gestão Garotinho no Rio de Janeiro, tentou revolucionar a polícia carioca, trombou com o governador e saiu do governo.
Ou Luiz Pinguelli Rosa, físico que assessora o PT desde sempre em especial na área de energia.
Do próprio PT, outro ex-integrante do círculo íntimo de Lula que continua sendo muito ouvido é o historiador Marco Aurélio García, que trocou o posto de secretário de Relações Internacionais do partido e conselheiro de Lula para temas externos, pela Secretaria de Cultura de Marta Suplicy.
Mas, na campanha, Marco Aurélio voltou a tocar a agenda internacional, já que o titular (Mercadante) estava envolvido na sua própria campanha para o Senado.



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