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VOTAÇÃO
Mesmo com a "cola", eleitores se atrapalham com a urna eletrônica, votação atrasa por todo o país e deixa pessoas na fila por até sete horas
Um dia de fila
DA REDAÇÃO
Se agilizou a apuração, a tecnologia não serviu para melhorar
muito a vida dos eleitores.
Na primeira eleição presidencial totalmente informatizada,
longas filas se espalharam pelas
cidades de todo o país ontem.
No Mato Grosso do Sul, um
aposentado de 61 anos morreu ao
ter um infarto enquanto esperava
na fila para votar na cidade de Corumbá -a temperatura na região
atingiu ontem a máxima de 39ºC.
Em São Paulo, três bairros da
capital tinham ontem votação
prevista para terminar apenas às
23h, por causa das longas filas.
Os eleitores se atrapalharam
bastante para votar na urna eletrônica. Em Campinas (SP), uma
eleitora demorou 25 minutos
dentro da seção.
O mesmo tempo levou uma
mulher numa escola de Natal, no
Rio Grande do Norte, mesmo tendo em mãos a "cola" com os números dos seus candidatos.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou que o número de
urnas quebradas ontem não foi
muito diferente do normalmente
registrado em outras eleições.
Para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a culpa pela demora não foi da urna eletrônica,
mas sim do número de botões
que cada pessoa tinha de apertar
(25 teclas se quisesse votar em todos os candidatos).
Segundo o TRE paulista, o número de eleitores por urna foi semelhante ao da última votação, há
dois anos: uma média de 500 pessoas por aparelho.
No Rio de Janeiro, onde também houve longas filas, o discurso
foi parecido com o do TRE paulista. "Há eleitores com pouca capacidade cultural, outros de idade e
outros que não levaram a memória eleitoral, que você chamam de
cola", disse o presidente do TRE
local, Álvaro Mayrink. "Prefiro o
voto demorado, porque não estamos numa corrida olímpica",
acrescentou ele.
Colaboraram a Reportagem Local, a
Agência Folha, a Sucursal de Brasília e a
Sucursal do Rio
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