São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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ESTRESSE ELEITORAL

Para Armínio, mercado se acalmará

FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O presidente do BC (Banco Central), Armínio Fraga, disse que uma eventual vitória da oposição nas eleições presidenciais poderá "surpreender positivamente", apesar do pessimismo do mercado financeiro. Em entrevista em um clube da zona sul do Rio, onde votou, Armínio se mostrou otimista em relação ao fim da volatilidade do câmbio e à transição para o governo eleito.
O presidente do BC ponderou que não sabe exatamente o que esperar de um governo de oposição. Uma coisa, disse, é um candidato fazendo campanha em uma disputa difícil. Outra coisa é o presidente eleito. "É como no futebol: treino é treino, jogo é jogo."
Armínio afirmou que "não é verdade" que a economia brasileira esteja em crise, como fez pensar a disparada do dólar no meio da campanha eleitoral. "O que está acontecendo na economia está pendurado só em expectativas", disse. "Há um pessimismo que pode ser superado e até surpreender positivamente. Eu continuo realisticamente positivo."
O presidente do BC crê que o dólar se estabilizará quando houver um presidente eleito. "As coisas vão depender mais do que se espera do próximo presidente e de sua equipe. Mas não vejo isso como um obstáculo intransponível. Ao contrário, se o próximo presidente entrar firme, na direção certa, o país pode dar uma guinada positiva."
Segundo Armínio, a ordem de FHC é fazer transição que englobe todas as áreas. "Tem que passar o bastão com segurança." Ao ser indagado sobre o que fará se deixar o BC, disse apenas que pretende continuar no Brasil. "Não estou pensando em nada além do meu trabalho."

Ministros
Na avaliação do ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, a transição de governo será tranquila e construtiva para o país. "Vamos dar condições de o novo governante assumir no dia 1º de janeiro com todas as condições de governar, sem atrasos e sem demora. Esse é o objetivo do presidente Fernando Henrique Cardoso", comentou Parente, que foi escolhido por FHC para conduzir o processo de transição.
O ministro Pedro Malan (Fazenda), que votou em Brasília, como Parente, não quis falar de economia nem de política. "É uma grande festa", desconversou, antes de enfrentar uma hora e 20 minutos de fila para votar.
Já o ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento) foi para o local de votação com boné e botton de Serra. Ele estava acompanhado da mulher, Rosário, e das duas filhas, Camila, 12, e Adriana, 11.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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