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PREVIDENCIÁRIA
Mercadante procura desfazer o mal-estar
Declaração de líder do PT ameaça o acordo com oposição sobre reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acordo entre governo e oposição para a conclusão da votação
da reforma da Previdência na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) do Senado foi ameaçado ontem por declarações do líder do
PT, Tião Viana (AC), sobre o conteúdo da nova PEC (proposta de
emenda constitucional) com as
alterações na reforma combinadas entre governo e oposição.
Viana havia dito que, ao contrário do que havia sido acordado
com a oposição, a PEC não incluiria dispositivo dobrando o piso de
isenção dos benefícios recebidos
por pensionistas portadores de
doenças incapacitantes para o trabalho. Ele havia dito que a nova
PEC dobraria a faixa de isenção só
da contribuição dos inativos
(11%) -de R$ 1.200 para R$ 2.400
nos Estados e de R$ 1.440 para R$
2.880 na União- para os aposentados portadores de doenças incapacitantes para o trabalho.
"O redutor das pensões não fez
parte do acordo e não será incluída na PEC", afirmou Viana. "Isso
é quebra de compromisso. Se esse
dispositivo não estiver no texto,
vamos bater duro no governo",
disse José Agripino (PFL-RN).
O líder do governo, Aloizio
Mercadante (PT-SP), pôs fim ao
mal-estar, esclarecendo mais tarde que o dispositivo constaria da
PEC. "Se é pensionista ou aposentado com incapacitação para o
trabalho, tem gastos mais elevados com saúde e não tem como
preservar a renda. Por isso os pisos de isenção serão elevados nos
dois casos", afirmou Mercadante.
Pelo acordo, os pensionistas incapacitados para o trabalho por
força dessas doenças receberão
integralmente a pensão até R$
4.800 -e não R$ 2.400, como prevê o texto da Câmara. Pela reforma, acima desse teto será aplicado
um redutor de 30% nas pensões.
"Não há confronto. Nós dois estamos negociando. Essa parte não
foi tratada por mim", disse Viana.
A PEC paralela será submetida
hoje por Viana à CCJ. Ela foi negociada pelo governo com a oposição para evitar que o texto da reforma aprovado pela Câmara seja
alterado no Senado. A intenção é
que a reforma seja aprovada no
Senado e vá à sanção, enquanto a
PEC paralela irá para a Câmara.
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