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MINISTRA NO FOGO
Líder tucano no Senado reivindica à Justiça Federal que petista devolva valor gasto aos cofres públicos
PSDB quer apuração de viagem de Benedita
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB vai desencadear uma
ofensiva em duas frentes para cobrar providências judiciais da ministra Benedita da Silva (Assistência Social) por conta da viagem
que ela fez a Buenos Aires na última semana de setembro.
Na primeira, o partido entrará
com uma representação no Ministério Público Federal para que
a instituição apure se houve ato de
improbidade administrativa.
Na segunda frente, o líder do
PSDB no Senado, Arthur Virgílio
(AM), entrará na Justiça Federal
com uma ação popular reivindicando que as despesas da viagem
sejam restituídas pela ministra
aos cofres públicos.
Ontem, a assessoria da ministra
informou que ela não falaria sobre o assunto, que já foi tratado,
inclusive, com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Benedita passou o dia de ontem em despachos
internos.
"Está muito caracterizado. Todo mundo viu o que aconteceu. O
modo como o presidente se referiu a isso é muito pouco plausível", afirmou José Aníbal, presidente do PSDB.
"O correto seria reconhecer o
erro e restituir os gastos aos cofres
públicos. Mas a impressão que dá
é que, para o PT, ser governo é poder transgredir", disse Aníbal.
De acordo com a portaria publicada no "Diário Oficial" da União,
o objetivo da viagem oficial seria a
participação de Benedita em um
café da manhã que reuniu entidades religiosas, principalmente
evangélicas.
Benedita, que é evangélica, e sua
assessoria informaram, à época,
que a agenda oficial da viagem foi
um encontro com a ministra de
Desenvolvimento Social da Argentina, Alicia Kirchner, irmã do
presidente argentino, Néstor
Kirchner. A reunião, no entanto,
teria sido marcada depois de confirmada a ida de Benedita a Buenos Aires para o encontro com os
evangélicos.
Penalidades
Entre as penalidades previstas,
em caso de comprovação de um
ato de improbidade, estão perda
dos direitos políticos e da função
pública, indisponibilidade dos
bens e ressarcimento ao erário.
Na última quinta-feira, o procurador Ronaldo Pinheiro de Queiroz, do Ministério Público Federal
em Brasília, abriu um procedimento administrativo para investigar o caso.
Colaborou LUCIANA CONSTANTINO,
da Sucursal de Brasília
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