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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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MINISTRA NO FOGO

Líder tucano no Senado reivindica à Justiça Federal que petista devolva valor gasto aos cofres públicos

PSDB quer apuração de viagem de Benedita

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB vai desencadear uma ofensiva em duas frentes para cobrar providências judiciais da ministra Benedita da Silva (Assistência Social) por conta da viagem que ela fez a Buenos Aires na última semana de setembro.
Na primeira, o partido entrará com uma representação no Ministério Público Federal para que a instituição apure se houve ato de improbidade administrativa.
Na segunda frente, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), entrará na Justiça Federal com uma ação popular reivindicando que as despesas da viagem sejam restituídas pela ministra aos cofres públicos.
Ontem, a assessoria da ministra informou que ela não falaria sobre o assunto, que já foi tratado, inclusive, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Benedita passou o dia de ontem em despachos internos.
"Está muito caracterizado. Todo mundo viu o que aconteceu. O modo como o presidente se referiu a isso é muito pouco plausível", afirmou José Aníbal, presidente do PSDB.
"O correto seria reconhecer o erro e restituir os gastos aos cofres públicos. Mas a impressão que dá é que, para o PT, ser governo é poder transgredir", disse Aníbal.
De acordo com a portaria publicada no "Diário Oficial" da União, o objetivo da viagem oficial seria a participação de Benedita em um café da manhã que reuniu entidades religiosas, principalmente evangélicas.
Benedita, que é evangélica, e sua assessoria informaram, à época, que a agenda oficial da viagem foi um encontro com a ministra de Desenvolvimento Social da Argentina, Alicia Kirchner, irmã do presidente argentino, Néstor Kirchner. A reunião, no entanto, teria sido marcada depois de confirmada a ida de Benedita a Buenos Aires para o encontro com os evangélicos.

Penalidades
Entre as penalidades previstas, em caso de comprovação de um ato de improbidade, estão perda dos direitos políticos e da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário.
Na última quinta-feira, o procurador Ronaldo Pinheiro de Queiroz, do Ministério Público Federal em Brasília, abriu um procedimento administrativo para investigar o caso.


Colaborou LUCIANA CONSTANTINO, da Sucursal de Brasília


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