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OPOSIÇÃO NO ATAQUE
Tucano diz que texto aumenta a carga
Serra afirma que "anti-reforma" pode gerar "confusão tributária"
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-senador José Serra (PSDB-SP) criticou ontem o texto da reforma tributária aprovado na Câmara ao dizer tratar-se de uma
"anti-reforma" que pode levar a
uma "confusão tributária".
Na avaliação do tucano, que foi
candidato à Presidência da República no ano passado, a reforma
tributária aprovada pelos deputados "aumenta a carga tributária,
expande a guerra fiscal e diminui
a competitividade da economia".
"Se for aprovado o que vier da
Câmara, será uma confusão tributária", disse Serra, em palestra
na Câmara Municipal de São Paulo para cerca de cem pessoas.
O tucano, que foi ministro do
Planejamento e da Saúde nos dois
mandatos de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002), não detalhou a que pontos se referia.
Como os Estados não querem
perder receita, a unificação e a
simplificação do ICMS, que passa
de 44 alíquotas para 5, podem aumentar a carga já que os produtos
seriam colocados em faixas mais
altas. O texto também define 30
de setembro como data-limite para a concessão de benefícios estaduais, o que agravou a guerra fiscal nas últimas semanas.
O presidente da Fiesp, Horacio
Lafer Piva, um dos maiores críticos do texto aprovado pela Câmara, elogiou ontem a disposição do
Senado de reformular o projeto.
"Zeramos o jogo e vamos recomeçar a discussão. Estamos abertos como sempre estivemos. Um
pouco mais felizes, agora", disse
Piva ontem, após reunião com o
relator da reforma no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Na palestra, Serra foi indagado
se disputaria a Prefeitura de São
Paulo em 2004, conforme defendem alguns tucanos, como FHC.
Ele descartou a "hipótese".
"Podemos ganhar a Prefeitura
de São Paulo escolhendo um bom
candidato, que não seja eu. Não
há essa hipótese." Sem citar nomes, Serra defendeu "candidatos
novos" para a disputa. "Não precisa ter sempre as mesmas pessoas disputando. É possível ter
candidatos novos, ter um bom
desempenho e inclusive ganhar."
Sem Serra, o PSDB deve lançar,
em 2004, um secretário do governador Geraldo Alckmin ou um
nome tradicional do partido.
Nos planos do tucano está a presidência do PSDB. Questionado,
Serra não negou: "Esse é um assunto que está sendo colocado e
que nós vamos ver mais adiante".
O ex-senador foi convidado pelo PSDB da Câmara para falar sobre economia brasileira. Palestrou sobre o sistema político e defendeu o voto distrital, por listas
fechadas e o parlamentarismo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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