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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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OPOSIÇÃO NO ATAQUE

Tucano diz que texto aumenta a carga

Serra afirma que "anti-reforma" pode gerar "confusão tributária"

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-senador José Serra (PSDB-SP) criticou ontem o texto da reforma tributária aprovado na Câmara ao dizer tratar-se de uma "anti-reforma" que pode levar a uma "confusão tributária".
Na avaliação do tucano, que foi candidato à Presidência da República no ano passado, a reforma tributária aprovada pelos deputados "aumenta a carga tributária, expande a guerra fiscal e diminui a competitividade da economia".
"Se for aprovado o que vier da Câmara, será uma confusão tributária", disse Serra, em palestra na Câmara Municipal de São Paulo para cerca de cem pessoas.
O tucano, que foi ministro do Planejamento e da Saúde nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), não detalhou a que pontos se referia.
Como os Estados não querem perder receita, a unificação e a simplificação do ICMS, que passa de 44 alíquotas para 5, podem aumentar a carga já que os produtos seriam colocados em faixas mais altas. O texto também define 30 de setembro como data-limite para a concessão de benefícios estaduais, o que agravou a guerra fiscal nas últimas semanas.
O presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, um dos maiores críticos do texto aprovado pela Câmara, elogiou ontem a disposição do Senado de reformular o projeto.
"Zeramos o jogo e vamos recomeçar a discussão. Estamos abertos como sempre estivemos. Um pouco mais felizes, agora", disse Piva ontem, após reunião com o relator da reforma no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Na palestra, Serra foi indagado se disputaria a Prefeitura de São Paulo em 2004, conforme defendem alguns tucanos, como FHC. Ele descartou a "hipótese".
"Podemos ganhar a Prefeitura de São Paulo escolhendo um bom candidato, que não seja eu. Não há essa hipótese." Sem citar nomes, Serra defendeu "candidatos novos" para a disputa. "Não precisa ter sempre as mesmas pessoas disputando. É possível ter candidatos novos, ter um bom desempenho e inclusive ganhar."
Sem Serra, o PSDB deve lançar, em 2004, um secretário do governador Geraldo Alckmin ou um nome tradicional do partido.
Nos planos do tucano está a presidência do PSDB. Questionado, Serra não negou: "Esse é um assunto que está sendo colocado e que nós vamos ver mais adiante".
O ex-senador foi convidado pelo PSDB da Câmara para falar sobre economia brasileira. Palestrou sobre o sistema político e defendeu o voto distrital, por listas fechadas e o parlamentarismo.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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