São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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Acusado, Dirceu nega ter recebido empréstimo do PT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

Em sessão secreta da CPI dos Correios, o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) encaminhou à comissão um documento acusando José Dirceu (PT-SP) de ter cometido crimes de falsidade ideológica e de responsabilidade por receber um suposto empréstimo de R$ 14.322,51 do PT sem declará-lo em seu Imposto de Renda. O ex-ministro da Casa Civil e o partido negam que o valor seja referente a um empréstimo.
Segundo o pefelista, o PT, na prestação de contas de 2003 (referente a 2002), diz que o valor foi repassado como antecipação de pagamento. Lorenzoni disse que Dirceu pagou o suposto empréstimo em seis parcelas de R$ 2.400, entre 18 de dezembro de 2003 e 30 de maio de 2004.
Por meio de sua assessoria, Dirceu disse que não tomou empréstimo. Os valores seriam referentes a ressarcimentos feitos ao PT, referentes a despesas dele e da mulher que haviam sido pagas pelo partido. "Não seria necessário registrar na declaração de Imposto de Renda, pois não houve acréscimo nos meus rendimentos, tampouco no meu patrimônio pessoal."
Dirceu afirmou ainda que, dos R$ 14.322,51 que pagou ao PT, R$ 13.676,37 se referiam à quitação de gastos com passagens e hospedagem da mulher dele, Maria Rita, por ocasião de uma viagem de dirigentes do PT à China, em junho de 2001.
O restante, segundo Dirceu, se refere ao pagamento de um telefone celular que era do partido e a um "saldo de adiantamento de despesas referente a novembro de 1995".
"A oposição está garimpando um pretexto para justificar uma cassação eminentemente política, pois, em 150 dias, as investigações das CPIs não produziram uma evidência de que quebrei o decoro parlamentar", afirmou o petista.
O PT divulgou nota em que confirma as explicações de Dirceu. Segundo o partido, o acordo de quitação do saldo devedor foi firmado quando Dirceu fez sua rescisão contratual, ao deixar a presidência do PT.
(LUIZ FRANCISCO)


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