São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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PT tinha de dar uma resposta para deixar Lula "mais à vontade", afirma Chinaglia

DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-prefeita de São Paulo e coordenadora da campanha presidencial petista no Estado, Marta Suplicy, e o deputado federal reeleito Arlindo Chinaglia (PT-SP) defenderam ontem a decisão da Executiva do PT de afastar de Ricardo Berzoini da presidência do partido pela crise do dossiê.
Segundo Chinaglia, a decisão da Executiva petista deixa Lula mais "à vontade" para se referir ao tema. "Era necessário o PT dar uma resposta. Lula vai se sentir mais à vontade para dizer que, primeiro, não era a campanha dele que estava nesse tipo de operação -até porque não havia nenhum interesse", disse o deputado.
Para o petista, desde a eclosão do episódio "o PT tentou, mas não conseguiu" esclarecer a participação dos envolvidos na operação. Chinaglia afirma que a expulsão de quatro militantes e o afastamento de Berzoini são "uma mensagem clara para a sociedade de que não estamos nem com medo nem tampouco coniventes com o que alguns petistas fizeram".
Para Marta, "foi uma decisão difícil" onde o PT demonstrou que está preparado "para cortar na própria carne" e "doa a quem doer": "Nós não temos nenhuma vergonha de discutir ética. Hoje nós tomamos uma decisão difícil, com quatro expulsões e um afastamento", disse, ao discursar num ato pró-Lula preparado por estudantes da PUC de São Paulo em um auditório da universidade.
A ex-prefeita aproveitou para criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou ao jornal argentino "La Nación" que a eleição dividiu o Brasil entre "modernos e atrasados" -ironizou a classificação e lembrou que FHC parece não saber geografia, porque esquece-se que Lula ganhou também no Rio de Janeiro e Minas Gerais, e não .

Risco-Alckmin e baixaria
Chinaglia, que também participou do ato de estudantes na PUC, afirmou que a estratégia petista será fazer a discussão "programática" e "ideológica" para definir para o eleitorado o que chamou de "risco-Alckmin": "Temos de É o risco de privatização, é o risco que no corte de gastos elime benefícios sociais", afirmou.
Chinaglia afirmou que Lula está preparado, se Alckmin quiser debater "em outro nível" na TV, amanhã. Questionado se falava de "baixaria", disse: "É, baixaria." Disse que o presidente mencionará casos de corrupção do governo anterior.


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