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PT tinha de dar uma resposta para deixar Lula "mais à vontade", afirma Chinaglia
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-prefeita de São Paulo e
coordenadora da campanha
presidencial petista no Estado,
Marta Suplicy, e o deputado federal reeleito Arlindo Chinaglia (PT-SP) defenderam ontem a decisão da Executiva do
PT de afastar de Ricardo Berzoini da presidência do partido
pela crise do dossiê.
Segundo Chinaglia, a decisão
da Executiva petista deixa Lula
mais "à vontade" para se referir
ao tema. "Era necessário o PT
dar uma resposta. Lula vai se
sentir mais à vontade para dizer que, primeiro, não era a
campanha dele que estava nesse tipo de operação -até porque não havia nenhum interesse", disse o deputado.
Para o petista, desde a eclosão do episódio "o PT tentou,
mas não conseguiu" esclarecer
a participação dos envolvidos
na operação. Chinaglia afirma
que a expulsão de quatro militantes e o afastamento de Berzoini são "uma mensagem clara
para a sociedade de que não estamos nem com medo nem
tampouco coniventes com o
que alguns petistas fizeram".
Para Marta, "foi uma decisão
difícil" onde o PT demonstrou
que está preparado "para cortar na própria carne" e "doa a
quem doer": "Nós não temos
nenhuma vergonha de discutir
ética. Hoje nós tomamos uma
decisão difícil, com quatro expulsões e um afastamento",
disse, ao discursar num ato
pró-Lula preparado por estudantes da PUC de São Paulo em
um auditório da universidade.
A ex-prefeita aproveitou para criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
afirmou ao jornal argentino
"La Nación" que a eleição dividiu o Brasil entre "modernos e
atrasados" -ironizou a classificação e lembrou que FHC parece não saber geografia, porque
esquece-se que Lula ganhou
também no Rio de Janeiro e
Minas Gerais, e não .
Risco-Alckmin e baixaria
Chinaglia, que também participou do ato de estudantes na
PUC, afirmou que a estratégia
petista será fazer a discussão
"programática" e "ideológica"
para definir para o eleitorado o
que chamou de "risco-Alckmin": "Temos de É o risco de
privatização, é o risco que no
corte de gastos elime benefícios
sociais", afirmou.
Chinaglia afirmou que Lula
está preparado, se Alckmin quiser debater "em outro nível" na
TV, amanhã. Questionado se
falava de "baixaria", disse: "É,
baixaria." Disse que o presidente mencionará casos de corrupção do governo anterior.
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