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INSS
Costa Rica aguarda pedido para liquidação
Brasil não
solicitou bens
de Jorgina
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Quase dois anos depois da extradição de Jorgina Maria de Freitas Fernandes pelo governo da
Costa Rica, o Brasil ainda não solicitou a liquidação dos bens da
advogada naquele país para restituir parte do prejuízo causado à
Previdência Social.
A informação foi dada por telefone à Agência Folha pelo embaixador do Brasil na Costa Rica,
João Carlos de Souza Gomes. Segundo ele, a Justiça do país aguarda apenas um pedido formal do
Brasil para determinar a liquidação dos bens da advogada e posterior devolução ao INSS.
"A embaixada não pode promover a busca e apreensão dos
bens de Jorgina Fernandes. É preciso que haja uma carta rogatória
da Justiça brasileira às autoridades da Costa Rica", disse Gomes.
Jorgina Maria de Freitas Fernandes é considerada a maior
fraudadora do INSS na história
do Brasil, tendo sido condenada e
presa por liderar uma quadrilha
que desviou cerca de US$ 600 milhões do INSS.
A embaixada estima que a advogada possua pelo menos 23
imóveis na Costa Rica, avaliados
em US$ 50 milhões.
"Com a autorização da Justiça
brasileira, os juízes costa-riquenhos poderiam levantar ainda
outros dados, como número de
contas bancárias e os investimentos de Jorgina no país", disse o
embaixador.
Ele acrescentou que tem informações de que Jorgina estaria pagando cerca de US$ 300 mil mensais para um grupo de advogados
costa-riquenhos, que administrariam seus negócios no país.
Há evidências também de que a
advogada teria vendido, há cerca
de dois meses, um apartamento
duplex localizado em um condomínio de luxo do bairro de Belo
Horizonte, em São José (Costa Rica), por US$ 2,5 milhões.
Condenada inicialmente a 12
anos de detenção por peculato e
formação de quadrilha, a advogada passou quase cinco anos foragida do país, tendo sido localizada
e presa na Costa Rica em novembro de 1997.
Três meses depois, foi extraditada para o Brasil. Ela está presa no
Rio de Janeiro até hoje. Além da
Costa Rica, Jorgina Fernandes
também ficou foragida nos Estados Unidos.
Antes de ser extraditada para o
Brasil, a advogada também já havia sido condenada pela Justiça
norte-americana a pagar US$ 123
milhões ao INSS.
Segundo cálculos da Previdência, pelo menos 5.000 famílias
brasileiras tiveram suas indenizações previdenciárias desviadas
pelo grupo liderado por Jorgina.
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