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Impasse fiscal vai continuar
da Agência Folha,
em Belo Horizonte
A principal justificativa do governo mineiro para a renegociação do acordo da dívida com o
governo federal, que está quase
sendo concluída, é que, mesmo
com a redução dos gastos do Estado, Minas Gerais não teria como comprometer 13% da sua receita com o pagamento da dívida
no ano que vem, como estipula o
contrato.
O professor Lamartine Sacramento Filho afirma que a decisão
de adiar pagamentos ao funcionalismo e a fornecedores deu um
alívio ao governo estadual para
que ele reassumisse o "controle"
sobre suas finanças, mas não foi
uma "solução".
Para o economista, o controle
dos custos da máquina estadual
que está sendo feito pelo governo
de Itamar não será suficiente para
equilibrar as contas sem um "novo pacto" dos governos estaduais
com a União.
Segundo apurou a Agência Folha, só o pagamento de funcionários e da dívida com o governo federal comprometem mais de
90% da receita mensal de Minas
Gerais.
Desde o início do governo, todas as despesas correntes do governo são acompanhadas mês a
mês por uma comissão da Secretaria de Estado da Fazenda, que
tem de aprovar qualquer despesa
extra solicitada pelas secretarias,
além de sugerir a implementação
de medidas para redução dos gastos.
Para reduzir os gastos, o governo cortou em um terço os mais de
mil cargos de recrutamento amplo (sem concurso público) existentes no Estado. Os aluguéis pagos pelo governo passado foram
revistos e secretarias inteiras tiveram de se mudar para reduzir os
custos.
A Secretaria de Estado da Educação, por exemplo, funcionava
em um prédio alugado de 13 andares na Savassi, área comercial
mais nobre da cidade, e se mudou
para um imóvel próprio na zona
oeste de Belo Horizonte, resultando em uma economia de R$
180 mil por mês.
Segundo o governador Itamar
Franco, seu governo já conseguiu
equacionar R$ 2 bilhões da dívida
flutuante (dívidas já vencidas ou
com vencimento a curto prazo)
de R$ 3,2 bilhões que existia no
início de seu governo.
Isso ocorreu porque houve renegociação com os institutos de
previdência dos servidores civis e
militares para o pagamento escalonado de débitos em 30 anos.
O 13º salário do ano passado
para a maior parte dos servidores
deve terminar de ser pago até o
início do ano que vem. Já foram
pagas também as dívidas com os
fornecedores que tinham até R$
300 para receber do Estado.
A meta do governo estadual é
baixar o déficit médio mensal de
R$ 130 milhões no ano passado
para R$ 20 milhões até o final do
ano.
Para atingir essa meta, Itamar
terá de finalizar, até o final do
ano, uma operação conjunta com
a Cemig (Companhia Energética
de Minas Gerais), autorizada na
semana passada pelo conselho de
administração da empresa, para a
emissão de títulos no mercado internacional no valor de R$ 276,6
milhões.
O dinheiro será repassado às
contas do governo como antecipação de ICMS.
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