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Brejo enfrenta primeira estiagem de sua história
da enviada especial ao Cariri
Pela definição do dicionário
Aurélio Buarque de Hollanda, a
palavra Brejo tem o seguinte significado: "Lugar úmido, frio e
ventoso, terreno onde os rios se
conservam mais ou menos permanentes e em geral fértil em virtude dos transbordamentos
anuais, por ocasião das chuvas".
Na Paraíba, a área conhecida
como Brejo, situada próxima ao
litoral e que congrega aproximadamente 20 municípios, enfrenta,
pela primeira vez na sua história,
um quadro de estiagem.
Região onde tradicionalmente
se cultiva cana-de-açúcar e várias
tipos de frutas como o abacaxi, o
Brejo neste ano está vivendo uma
realidade nova. A agricultura teve
prejuízos e os cerca de 120 mil
moradores foram obrigados a
conviver com o racionamento de
água.
Na cidade de Alagoa Branca, as
filas para pegar água no poço varam a madrugada.
Alguns moradores se aglomeram nas ruas do município com
seus baldes para fazer a coleta em
caixas d'água. O tempo médio de
espera para encher os recipientes
é de quatro horas.
"Vai fazer 25 anos que estou
aqui e é a primeira vez que vejo
um negócio desse", disse Vanusa
Maria da Silva, 25, enquanto esperava por sua vez para encher as latas. Ao seu lado, o feirante Antônio Carlos Ferreira, 47, segurava
sete baldes.
Ele havia chegado ao local às 10
da manhã, já passava das 18 horas
e ainda não tinha conseguido encher as latas.
O rio que abastece a cidade de
Alagoa Branca, que tem um regime perene, está praticamente seco. Até mesmo em cidades do litoral paraibano, a falta d'água é
uma realidade. É o caso de Pitimbú, localizada à beira-mar.
Segundo o prefeito, Rômulo
Carneiro (PSDB), há cerca de 60
dias a cidade teve de entrar no racionamento de água. O abastecimento está sendo feito há cerca de
20 dias por carros-pipa. "É o primeiro ano de caos aqui", afirma
Carneiro.
Em Pedras de Fogo, outra cidade do litoral, houve racionamento
de água entre setembro de 98 e
maio de 99.
Há 30 dias, começou de novo o
controle. De acordo com o prefeito, Manoel Júnior (PSDB), a safra
agrícola teve perda de 50% e a
produção de abacaxi, de
30%.
(PA)
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