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Transição não
é co-gestão,
afirma Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião ontem com deputados atuais e eleitos pelo PT, o
presidente nacional do partido,
José Dirceu (PT), e o coordenador
da equipe de transição pela sigla,
Antônio Palocci Filho, afinaram o
discurso para marcar divisão entre as atribuições do grupo técnico que prepara o governo de Luiz
Inácio Lula da Silva e a gestão de
Fernando Henrique Cardoso.
"Não é co-gestão, é transição",
disse Palocci, frisando que o foco
da equipe que trabalha sob o seu
comando é reunir informações
para repassar ao novo governo.
Dirceu investiu em separar o
programa de governo do PT e o
Orçamento que está tramitando
no Congresso, caracterizado como herança do governo FHC. Há
a preocupação de evitar que a discussão do futuro governo fique
reduzida à questão orçamentária.
Quanto ao salário mínimo,
diante das dificuldades que o partido vem enfrentando para tratar
da questão sem abandonar seus
compromissos, Dirceu afirmou
que, durante a campanha, Lula
não prometeu um valor mensal
de R$ 240, mas sim dobrar o valor
real pago em quatro anos.
"Não somos governo", disse
Dirceu, ao mesmo tempo em que
enumerou cerca de 17 assuntos
nos quais há divergências sobre
condução entre o atual e o futuro
governo. A lista passa pela privatização de bancos, nomeações para
autarquias e embaixadas em países considerados estratégicos,
venda de ações do BB e autonomia de repartições públicas.
Dirceu também falou sobre a
importância de a bancada ser cautelosa no diálogo com a imprensa.
Reconheceu e incentivou os debates internos -que são parte da
história do PT.
De acordo com o deputado reeleito Henrique Fontana (PT-RS),
a "palavra-chave" da bancada no
próximo governo será a "unidade". "Essa unidade vai ser a principal força de sustentação do governo Lula", completou o deputado petista João Paulo, responsável
pela transição na Câmara.
(ANDRÉA MICHAEL E IURI DANTAS)
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