São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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Transição não é co-gestão, afirma Dirceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião ontem com deputados atuais e eleitos pelo PT, o presidente nacional do partido, José Dirceu (PT), e o coordenador da equipe de transição pela sigla, Antônio Palocci Filho, afinaram o discurso para marcar divisão entre as atribuições do grupo técnico que prepara o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a gestão de Fernando Henrique Cardoso.
"Não é co-gestão, é transição", disse Palocci, frisando que o foco da equipe que trabalha sob o seu comando é reunir informações para repassar ao novo governo.
Dirceu investiu em separar o programa de governo do PT e o Orçamento que está tramitando no Congresso, caracterizado como herança do governo FHC. Há a preocupação de evitar que a discussão do futuro governo fique reduzida à questão orçamentária.
Quanto ao salário mínimo, diante das dificuldades que o partido vem enfrentando para tratar da questão sem abandonar seus compromissos, Dirceu afirmou que, durante a campanha, Lula não prometeu um valor mensal de R$ 240, mas sim dobrar o valor real pago em quatro anos.
"Não somos governo", disse Dirceu, ao mesmo tempo em que enumerou cerca de 17 assuntos nos quais há divergências sobre condução entre o atual e o futuro governo. A lista passa pela privatização de bancos, nomeações para autarquias e embaixadas em países considerados estratégicos, venda de ações do BB e autonomia de repartições públicas.
Dirceu também falou sobre a importância de a bancada ser cautelosa no diálogo com a imprensa. Reconheceu e incentivou os debates internos -que são parte da história do PT.
De acordo com o deputado reeleito Henrique Fontana (PT-RS), a "palavra-chave" da bancada no próximo governo será a "unidade". "Essa unidade vai ser a principal força de sustentação do governo Lula", completou o deputado petista João Paulo, responsável pela transição na Câmara.
(ANDRÉA MICHAEL E IURI DANTAS)


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