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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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BRASIL PROFUNDO

Neudo Campos é acusado de envolvimento no "escândalo dos gafanhotos'; mais 37 pessoas deixaram a cadeia ontem

Justiça nega pedido, e ex-governador de Roraima é libertado

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

Foi libertado ontem de madrugada da cadeia pública de Boa Vista (RR) o ex-governador Neudo Campos (PP), 55, preso havia dez dias sob a acusação de ser o mentor do chamado "escândalo dos gafanhotos", que pode ter desviado mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos em Roraima.
A Justiça Federal não acatou pedido de prisão preventiva para o político, solto com mais 37 pessoas. Campos foi detido em Brasília durante a operação "Praga do Egito", deflagrada por 200 agentes da Polícia Federal, que tinha o objetivo de cumprir 57 mandados de prisão, além de ordens de busca e apreensão, inclusive na casa do ex-governador, em Boa Vista, onde foram retirados dois carros cheios de material.
A Procuradoria da República tentou manter preso o ex-governador pedindo prisão preventiva (válida por 80 dias) para ele, mas a Justiça Federal não acolheu os argumentos de possibilidade de coação de testemunha e obstrução das investigações com as solturas dos acusados.
"A decisão da Justiça não enfraquece em nada o nosso trabalho. Ainda não li o despacho do juiz [Helder Girão Barreto], mas creio que ele esteja bem fundamentado. Infelizmente não conseguimos reunir todos os elementos necessários para que o ex-governador continuasse preso", declarou o procurador Carlos Mazzocco.
Outras três pessoas, porém, todos ex-deputados estaduais, vão permanecer na cadeia pública porque tiveram a preventiva autorizada pela Justiça.
"As pessoas que vão continuar presas são aquelas que conseguimos reunir provas robustas de que estavam coagindo testemunhas ou tentando produzir provas falsas para obstruir o andamento dos trabalhos", disse o procurador da República.
As investigações da força-tarefa que apuram as fraudes em Roraima apontam que Campos teria criado, em 1998, um esquema que usava 5.500 funcionários fantasmas, os "gafanhotos", para o enriquecimento de 30 autoridades do Estado. O ex-governador nega todas as acusações e afirma estar sendo vítima de uma obra de seus "inimigos" políticos.


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