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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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Promotor diz que provas são novas

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor de Justiça de Santo André (SP) Roberto Wider Filho, que atua na investigação sobre o assassinato do ex-prefeito da cidade Celso Daniel, contestou ontem afirmações do advogado do empresário Sérgio Gomes da Silva, Roberto Podval, para quem a nova denúncia contra seu cliente não trouxe nenhum fato novo em relação à investigação anterior da Polícia Civil -que havia inocentado Gomes da Silva.
Em entrevista concedida anteontem à Folha, Podval disse que a nova denúncia "só utiliza as provas colhidas pela polícia há mais de um ano". O criminalista classificou a denúncia do Ministério Público apresentada anteontem de "absolutamente vazia".
Segundo o promotor, foram tomados entre 30 e 40 depoimentos que não apareciam nas investigações originais da Polícia Civil. Dessas pessoas, 16 foram arroladas como testemunhas na nova acusação, e nenhuma delas havia sido ouvida no inquérito policial.
O promotor disse que o depoimento considerado chave na nova denúncia, do presidiário Ailton Alves Feitosa, só foi tomado pela primeira vez em setembro de 2002 pelo Ministério Público -depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil.
Feitosa foi ouvido pelo departamento de investigação de homicídios da Polícia Civil, mas só em janeiro de 2003.

"Dados relevantes"
Além das novas testemunhas, Wider Filho disse que as investigações trouxeram "inúmeros dados relevantes" provenientes da quebra de sigilo telefônico de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no assassinato.
"São pesquisas telefônicas que nunca foram realizadas", disse o promotor. Essas apurações teriam caminhado no sentido não de contestar o resultado do inquérito da polícia, mas de complementá-lo.
"Não discordamos sobre a identidade dos executores do crime, apontados pela polícia. Nossa denúncia é a respeito do mandante", disse Wider Filho.
"As provas que estamos mostrando são todas novas, nunca tinham sido apresentadas", defendeu o promotor.


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