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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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PERFIL

Acusado virou amigo de Celso Daniel em 1988

DA REDAÇÃO

O empresário Sérgio Gomes da Silva conheceu Celso Daniel em 1988, quando foi chamado para coordenar o esquema de segurança de Daniel, que na época era o candidato do partido à Prefeitura de Santo André.
Com a vitória de Daniel (que governou de 1989 a 1992), Sérgio Gomes foi nomeado assessor de gabinete do prefeito, permanecendo responsável por sua segurança pessoal.
Em 1994, Celso Daniel se elegeu deputado federal, e Silva se transferiu para Brasília, como seu assessor. Dois anos depois, Daniel voltou a disputar a Prefeitura de Santo André, sendo novamente eleito prefeito. Na época, Gomes da Silva ajudou na tesouraria do PT. Os dois, porém, deixaram de trabalhar juntos após a eleição.
"Em 1996, quando ele [Celso Daniel] ganhou as eleições, eu não tinha a menor intenção de ficar trabalhando na prefeitura. Queria tocar minha vida, montar minha empresa, trabalhar por conta própria", afirmou Gomes da Silva em entrevista após a morte do petista.
Ainda em 1996, começou a trabalhar com o empresário Ronan Maria Pinto, do qual se tornou sócio. Durante a segunda gestão de Daniel em Santo André (1997-2000), Gomes da Silva tornou-se um próspero empresário -dono de três empresas de ônibus (em Goiânia, Fortaleza e Cuiabá), e da Sodiesel, que atua nas áreas de transporte público e coleta de lixo.
Surgiram acusações de tráfico de influência de Gomes da Silva na administração municipal e de enriquecimento ilícito. Em maio de 2000, o Ministério Público abre investigação sobre contratos da Prefeitura de Santo André com as empresas Projeção Engenharia Paulista de Obras e Rotedali Serviços e Limpeza Pública, criadas por Ronan Maria Pinto. De 125 obras contratadas pela prefeitura, no total de R$ 124 milhões, a Projeção havia ficado com 40 contratos (R$ 13 milhões). "Foram procedimentos regulares", disse Celso Daniel.
O prefeito confirmou ser amigo pessoal de Gomes da Silva, mas negava favorecimentos: "Nossa amizade não envolve relações com a prefeitura". Daniel foi reeleito em 2000 para outro mandato.


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