São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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Pescadores irão a Brasília para protestar

do enviado especial

Federações de pescadores de todo o país, principalmente do Nordeste, estão planejando o "Grito da Pesca" para ser realizado diante do Palácio do Planalto, em Brasília. O ato, previsto para abril ou maio, também servirá para falar das vítimas da pesca da lagosta.
Abraão Ferreira, da Federação da Pesca do Rio Grande do Norte, diz que levará paralisados, viúvas e órfãos para participar do protesto em Brasília. Para ele, o ato também servirá para mostrar o que chama de abandono da pesca no país.
Responsável pelo controle da pesca da lagosta no país, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) diz que as leis existentes no país são mais do que suficientes para disciplinar o setor.
"O que precisa ser feito é a conscientização do pescador", afirma José Augusto Negreiros Aragão, coordenador do Plano de Ordenamento da Pesca da Lagosta no Nordeste. Para ele, o Ceará já dá muitos exemplos nesse campo.
Nas praias cearenses, segundo ele, o número de acidentes provocados pela pesca com compressor vem diminuindo ano a ano. Para ele, há apenas três focos de resistência no Estado. No ano passado, houve só três mortes desse tipo.
"Esse é um problema do Ibama do Rio Grande do Norte. No Ceará, nós vamos acabar com esse tipo de pesca", afirma. Para ele, a pesca com compressor prosperou no litoral potiguar por causa da ineficiência da fiscalização local.
Airton Rebouças Sampaio, superintendente do Ibama no Ceará, diz que dará "tratamento de choque" no combate à pesca por compressor. Ele vai mandar colocar placas com nomes dos mortos em todas as praias em que ocorreram esses tipos de acidentes.
Francisco Pandofe, superintendente do Ibama no Rio Grande do Norte, diz que os cearenses "não podem falar" pelo Ibama local. "Quem mais vem pescar aqui com compressor são barcos do Ceará", afirma. Diz que também combate o compressor com rigor.
"Só de uma vez nós aprendemos 13 compressores", diz. Mas Pandofe reconhece que não acompanha de perto o número de mortes e de acidentes provocados pelo compressor. "Eu desconhecia o número de mortes. Não acredito nesses números", afirma. (EN)



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