São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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Pouco cuidado causa doença

do enviado especial

Mergulhar em águas profundas sem obedecer a nenhuma orientação técnica pode gerar doenças graves. Dois desses males são muito frequentes no Rio Grande do Norte e no Ceará.
Um deles é a chamada doença da descompressão. É dividida em dois tipos -a de nš 1, mais leve, e a de nš 2, mais grave. No primeiro caso, é caracterizada por dores articulares e fadiga.
Se o pescador continuar na atividade e não fizer o tratamento adequado, passa a ter necrose óssea. As pernas perdem a flexibilidade.
O segundo caso da doença da descompressão trata-se de uma manifestação neurológica que pode levar à morte. Ela é causada pelo excesso de nitrogênio no sistema circulatório, formando bolhas. Pode causar paralisia das pernas, edema cerebral, coma e morte.
O médico Souza Mendes compara os dois tipos da doença a uma garrafa de refrigerante que, ao ser aberta, tem o gás da bebida expelido pela efervescência gerada no interior do recipiente.
O segundo tipo de doença é a embolia traumática pulmonar. Provocada pela pressão do ar, que chega a romper os alvéolos pulmonares, ocorre quando o mergulhador sobe de forma abrupta.
Em todos os casos, o tratamento é feito em uma câmara hiperbárica. Os mergulhadores chegam a ficar até 38 horas na câmara. Mas é necessário que sejam socorridos em até seis horas após o acidente -o que geralmente é impossível.
O tratamento é caro para os cofres públicos. A câmara de descompressão custa R$ 300 mil, e cada tratamento, R$ 3.000. (EN)



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