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Acampados vão exportar industrializados
da enviada a Teodoro Sampaio (SP)
Em três ou quatro meses, os
ex-sem-terra de Teodoro Sampaio
vão deixar de ser só agricultores e
vão passar a vender -inclusive
para o exterior- produtos industrializados.
Inicialmente, vão vender polpa
congelada de frutas (abacaxi e maracujá), mas existem planos para
expandir a fábrica, cuja construção está na sua fase final, para que
seja produzido também suco de
frutas.
A marca do produto já está decidida -Sabor do Campo- e na
embalagem vai constar o símbolo
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
"Queremos que o consumidor
saiba que está comprando um
produto do nosso movimento",
explica Cláudio Cano, da Cocamp
(Cooperativa de Comercialização
e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal Ltda.).
Investimento
A cooperativa dos acampados
tem hoje cerca de 20 funcionários,
alguns inclusive não vinculados ao
movimento, contratados para
funções técnicas.
Estão sendo investidos R$ 410
mil na fábrica, financiados por um
programa do Incra. Outros R$ 3,7
milhões estão à disposição da Cocamp para a instalação de um laticínio, quatro silos e quatro armazéns para a produção das famílias
assentadas na região do Pontal do
Paranapanema nos últimos anos.
A cooperativa já acertou um esquema de distribuição da polpa de
fruta, estuda uma proposta de exportação e negocia a compra de
abacaxi e de maracujá plantados
por um grupo de assentados na região de Andradina (também no
Estado de São Paulo) para abastecer a fábrica enquanto a produção
de Teodoro Sampaio não for suficiente.
A fábrica terá capacidade para
processar seis toneladas de frutas
por hora.
Cano conta que foi um empresário que procurou a cooperativa
com uma proposta, em estudo,
para ampliar a fábrica de tal forma
que seja possível produzir também suco, um exemplo da recente
tendência de convergência do
MST com o capitalismo.
Todos os negócios agroindustriais foram projetados para dar
lucros.
(CGF)
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