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40 homens invadem fazenda e
matam sem-terra no Paraná
e da Agência Folha, em Curitiba
Cerca de 40 homens armados invadiram ontem uma fazenda no
noroeste do Paraná e mataram pelo menos um sem-terra durante
conflito, segundo o ministro Raul
Jungmann (Política Fundiária).
Segundo ele, a Comissão Pastoral da Terra afirmou que o conflito
faria parte de um cronograma de
despejo violento de sem-terra
acampados no Paraná.
O ataque na fazenda Santo Ângelo, em Marilena (PR), ocorreu entre 3h e 4h. No imóvel, estariam
acampadas cerca de cem famílias.
Um homem levou um tiro nas
costas e está gravemente ferido, na
UTI de um hospital de Paranavaí.
O ministro disse ter informações
de que outro pode ter morrido e
que 16 pessoas fugiram do local e
ainda estão desaparecidas.
O próximo alvo seria a fazenda
Ouro Verde, em Altamira. Os homens que faziam parte da milícia
estariam concentrados na fazenda
Figueiras, em Guaraci.
O ministro disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso, o
ministro Iris Rezende (Justiça) e o
ministro-chefe da Casa Militar, Alberto Cardoso, foram informados
do conflito. A Polícia Federal participará das investigações.
Jungmann disse que o imóvel está em processo de desapropriação
há três meses e que seu proprietário manifestou ao Incra a disposição de não resistir ao assentamento. "O que aconteceu em Marilena
foge do âmbito da reforma agrária", disse. "Foi um ato político,
de terrorismo contra pessoas claramente inocentes."
De acordo com Celso Anghinoni, coordenador do MST no Estado, os sem-terra disseram ter reconhecido líderes da UDR e alguns
fazendeiros na invasão. Nenhum
líder da UDR estadual foi localizado até o fechamento desta edição.
Segundo o sem-terra Jorge da
Fonseca, o trabalhador rural morto é Sebastião Camargo Filho, 65.
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