São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Para partidos de oposição, candidatura seria fato positivo
Itamar muda os rumos da eleição, avaliam PT e PDT

LUÍS COSTA PINTO
da Reportagem Local


O PT e o PDT consideram a eventual candidatura do ex-presidente Itamar Franco (PMDB) à Presidência da República um fato novo, positivo e com potencial para mudar a história da eleição presidencial de 98.
"A candidatura do ex-presidente Itamar faz bem à democracia, cria alternativas à abertura e à transparência no processo eleitoral", disse ontem o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola (PDT), provável candidato a vice-presidente numa chapa PT-PDT-PC do B.
O líder pedetista participou de um seminário em São Paulo organizado pela Executiva paulista de seu partido.
"Concordo com o Brizola quando ele diz que a candidatura do ex-presidente Itamar será salutar para o processo. Será. O presidente Fernando Henrique Cardoso não vencerá a próxima eleição e teme o Itamar como adversário, porque sabe que não poderá posar de pai do Real, de dono da idéia de pôr fim à inflação nem de candidato popular", crê o presidente nacional do PT, José Dirceu, um dos convidados de honra do seminário do PDT. "FHC será um candidato conservador como o seu governo", afirmou.
O seminário organizado pelo PDT paulista destinava-se a discutir "A Preocupação do Trabalhismo em São Paulo" e servir de palco para o lançamento informal da candidatura de Francisco Rossi, ex-prefeito de Osasco, ao governo do Estado.
Foi muito mais do que isso. Além de José Dirceu, pelo PT, na manhã de ontem estiveram no 23º andar do hotel Excelsior, centro de São Paulo, onde ocorreu o seminário, o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB), o vice-presidente nacional do PMDB, deputado Marcelo Barbieri (SP), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) e outros membros das Executivas nacionais do PDT, do PT, do PC do B e do PMDB.
"Estou sentindo cheiro de governo quando olho para esta mesa", brincou Brizola ao saudar a chegada de Quércia e convidá-lo para se sentar entre os organizadores do evento.
O ex-governador fluminense ainda tinha mais elogios guardados para Itamar Franco. "A candidatura de Itamar mexerá com as raízes do PMDB. Arrancará o partido da condição de caudatário de um governo que o trata na base de um fisiologismo deprimente. Transformará (o partido) numa legenda com candidato e posturas próprios", provocou.
Ele também falou para a militância do PDT. Disse não ter decidido ainda se será o vice de Lula (PT) na eleição de outubro, mas ser vice seria uma forma de amarrar os eleitores do PT e PDT.



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