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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Para partidos de oposição, candidatura seria fato positivo
Itamar muda os rumos da
eleição, avaliam PT e PDT
LUÍS COSTA PINTO
da Reportagem Local
O PT e o PDT
consideram a
eventual candidatura do
ex-presidente
Itamar Franco
(PMDB) à Presidência da República um fato novo, positivo e com
potencial para mudar a história da
eleição presidencial de 98.
"A candidatura do ex-presidente Itamar faz bem à democracia,
cria alternativas à abertura e à
transparência no processo eleitoral", disse ontem o ex-governador
do Rio de Janeiro Leonel Brizola
(PDT), provável candidato a vice-presidente numa chapa
PT-PDT-PC do B.
O líder pedetista participou de
um seminário em São Paulo organizado pela Executiva paulista de
seu partido.
"Concordo com o Brizola quando ele diz que a candidatura do
ex-presidente Itamar será salutar
para o processo. Será. O presidente Fernando Henrique Cardoso
não vencerá a próxima eleição e
teme o Itamar como adversário,
porque sabe que não poderá posar
de pai do Real, de dono da idéia de
pôr fim à inflação nem de candidato popular", crê o presidente
nacional do PT, José Dirceu, um
dos convidados de honra do seminário do PDT. "FHC será um candidato conservador como o seu
governo", afirmou.
O seminário organizado pelo
PDT paulista destinava-se a discutir "A Preocupação do Trabalhismo em São Paulo" e servir de palco para o lançamento informal da
candidatura de Francisco Rossi,
ex-prefeito de Osasco, ao governo
do Estado.
Foi muito mais do que isso.
Além de José Dirceu, pelo PT, na
manhã de ontem estiveram no 23º
andar do hotel Excelsior, centro
de São Paulo, onde ocorreu o seminário, o ex-governador paulista
Orestes Quércia (PMDB), o vice-presidente nacional do PMDB,
deputado Marcelo Barbieri (SP), o
senador Eduardo Suplicy (PT-SP),
o deputado federal Aldo Rebelo
(PC do B-SP) e outros membros
das Executivas nacionais do PDT,
do PT, do PC do B e do PMDB.
"Estou sentindo cheiro de governo quando olho para esta mesa", brincou Brizola ao saudar a
chegada de Quércia e convidá-lo
para se sentar entre os organizadores do evento.
O ex-governador fluminense
ainda tinha mais elogios guardados para Itamar Franco. "A candidatura de Itamar mexerá com as
raízes do PMDB. Arrancará o partido da condição de caudatário de
um governo que o trata na base de
um fisiologismo deprimente.
Transformará (o partido) numa
legenda com candidato e posturas
próprios", provocou.
Ele também falou para a militância do PDT. Disse não ter decidido
ainda se será o vice de Lula (PT) na
eleição de outubro, mas ser vice
seria uma forma de amarrar os
eleitores do PT e PDT.
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