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INSS
Jorgina tem câncer de mama e catarata
Saúde pode atrasar
volta de fraudadora
CLÁUDIA PIRES
enviada especial a San José
O estado de saúde da advogada
Jorgina Maria de Freitas Fernandes pode contribuir para o adiamento de sua extradição da Costa
Rica para o Brasil.
Jorgina foi condenada a 14 anos
de prisão no Brasil por ter cometido fraudes contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ela
ficou foragida do país por quase
quatro anos até se entregar à polícia da Costa Rica no início de novembro do ano passado.
De acordo com informações do
centro médico do hospital San
Juan de Dios, que atende as prisioneiras do presídio Bom Pastor
-onde está Jorgina-, a brasileira
tem passado por um forte tratamento quimioterápico nos últimos três meses. Jorgina sofre de
câncer de mama há alguns anos.
Os médicos do hospital não quiseram dar maiores detalhes sobre
a gravidade do caso.
O tratamento fez com que Jorgina emagrecesse e perdesse boa
parte dos cabelos nos últimos meses, segundo imagens registradas
por um canal de TV dentro do presídio Bom Pastor.
De acordo com a direção do presídio, a advogada continua se negando a dar entrevistas.
Catarata
Além do câncer, Jorgina está sofrendo de catarata. No final do
mês passado, ela chegou a pedir
autorização para fazer uma cirurgia, mas desistiu do pedido antes
de obter resposta.
Na ocasião, segundo o advogado
Jorge Granados Moreno, Jorgina
teria preferido não fazer a cirurgia
para acelerar sua volta ao Brasil.
De acordo com a assessoria da
Suprema Corte da Costa Rica, os
advogados da brasileira também
podem pedir um adiamento da extradição alegando que sua cliente
não tem condições de saúde para
fazer a viagem.
Contradição
Os procedimentos adotados pela
defesa de Jorgina nos últimos dias,
no entanto, contrariam a afirmação de que a advogada estaria
pronta para voltar ao Brasil o mais
rápido possível.
Na semana passada, os advogados entraram na Corte Suprema
com um pedido de contestação do
termo de compromisso enviado
pelo Ministério da Justiça do Brasil, que viabiliza a extradição de
Jorgina. Essa contestação adiou o
processo de extradição em pelo
menos uma semana.
O pedido deve ser analisado pelo
juiz Gerardo Arturo Rojas Fernandes, responsável por determinar o
dia e o horário do embarque, na
próxima quarta-feira.
De acordo com informações obtidas com as autoridades judiciais
da Costa Rica, o juiz deve pedir
que o governo brasileiro faça uma
revisão do termo de compromisso
enviado nesta semana.
Para os advogados de Jorgina, o
tratado enviado pelo Brasil não
aceita todos os termos estipulados
pela legislação da Costa Rica. "A
defesa vai exigir que o documento
final garanta que Jorgina não será
julgada novamente, o que está
previsto na legislação costarriquenha", afirmou o advogado brasileiro Rogério Marcoline.
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