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PM impede homenagem de amigos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A homenagem que um integrante do grupo de amigos santistas de Mário Covas quis prestar ao
governador esbarrou no esquema
de segurança montado pela PM
diante do cemitério do Paquetá.
O advogado e músico Luiz Sperandeo, 71, pretendia tocar seu saxofone à beira do túmulo, como
fez no enterro do ex-prefeito Esmeraldo Tarquínio, no mesmo
cemitério. Impedido de entrar,
Sperandeo, que tocava nos bailes
frequentados por Covas nos anos
50, executou o hino do Santos Futebol Clube à porta do cemitério.
"Vim prestar a última homenagem a outro colega de adolescência, mas desta vez não me deixaram entrar. A gente se encontrava
nos bailes da Sociedade Humanitária, onde eu tocava para ele (Covas) dançar", afirmou.
Dos amigos santistas de Covas,
vários compareceram ao enterro.
O ex-vereador Eduardo Salvador
disse que, quando o grupo se organizou, havia a convicção de que
Covas chegaria ao Planalto.
"Quando formamos o grupo, tínhamos essa certeza. Agora, se o
povo tiver juízo, o Mário, em espírito, vai ajudar a eleger o próximo
presidente", afirmou.
Para Luiz Alberto Maia, que trabalhou ao lado de Covas, como
engenheiro, na Prefeitura de Santos, o almoço do grupo no Palácio
dos Bandeirantes, em janeiro, já
sinalizava que seria o último.
"Aquele dia foi uma espécie de
despedida. Tive essa impressão e
acho que todos também tiveram."
As reuniões com os amigos
eram "válvulas de escape" para
Covas, segundo o advogado Luiz
Pereira de Carvalho, colega nos
anos 40 no Colégio Santista.
"Sempre incentivei esses almoços. Não se discutia política. Nossa intenção era falar bobagem e
deixá-lo alegre", disse Carvalho.
"Toda vez que ganhava uma
eleição, o Mário se preocupava
em promover um almoço com os
amigos, porque nesse grupo não
há nenhum político. Nos reuníamos só para rir e contar anedotas", afirmou o comerciante Carlos Frigério.
(FAUSTO SIQUEIRA)
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