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Armínio admite enviar relatório a procuradores
MARCIO AITH
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
O presidente do BC (Banco
Central), Armínio Fraga, admitiu ontem pela primeira
vez a possibilidade de reenviar ao Ministério Público
do Pará os relatórios "desaparecidos" que apontaram
operações suspeitas do presidente do Congresso Nacional, Jader Barbalho, quando
ele governava aquele Estado.
"Se for o caso, sem dúvida", disse, ao responder se a
remessa dos relatórios seria
a única forma de garantir
que as investigações caminhassem e impedir que o BC
estimulasse a impunidade.
"Estamos recebendo correspondência do Ministério
Público do Pará e do Senador. Isso vai ser tratado com
sobriedade. O problema é
que cada pergunta sobre o
assunto requer um nível de
detalhamento que não posso
expor."
Em 1991, o BC enviou ao
Ministério Público paraense
documentos apontando
desvios, em 1984, de cheques
administrativos do Banpará
para contas de várias pessoas físicas numa agência carioca do Banco Itaú.
Um rastreamento teria
comprovado que o dinheiro
foi parar depois em contas
do senador, de seus familiares e amigos. O Ministério
Público do Pará informou
não ter tomado providências criminais por ter perdido esses relatórios.
A instituição no Pará requereu uma nova remessa
dos relatórios, mas, até a semana passada, o BC negava-se a atender o pedido sob vários argumentos -entre
eles o de que novas garantias
de sigilo bancário foram instituídas depois da primeira
remessa e que, agora, o envio
só pode ser feito com autorização do próprio Barbalho.
Fraga tentou indicar que o
problema não está sendo
tratado diretamente por ele,
mas por outros funcionários
do BC, órgão do qual é chefe
máximo. "O BC está lidando
com essa questão no Brasil.
Aqui (nos EUA) estou tratando de outros assuntos."
Fraga disse ainda não acreditar que as turbulências políticas no Brasil irão "parar o
Brasil ou mesmo o Congresso". Segundo ele, "existe alguma tensão mas acredito
que ela será resolvida".
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